O novo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antônio Fernando Oliveira, tomou posse nesta quarta-feira (8) e, em seu discurso, afirmou que a corporação “não tem partido” e não vai "compactuar" com investidas contra a democracia.

"Hoje, 8 de fevereiro, um mês após um dos episódios mais deploráveis do estado brasileiro, resta evidente que a defesa dos ideais republicanos não pode ser meramente retórica. Deve ser praticada diariamente em cada ação, gesto, palavra", disse Oliveira. 

"Os valores genuínos da PRF, como educação, civilidade, respeito ao próximo são imprescindíveis para a nação. A Polícia Rodoviária Federal, como órgão de estado, não tem partido e não irá pactuar com qualquer investida contra a democracia. Que haja justiça para todos. Que haja paz para os brasileiros", acrescentou.

Questionado sobre investigações internas contra o ex-diretor-geral da PRF Silvinei Marques, Oliveira avaliou que, dependendo do resultado, pode haver até perda de aposentadoria. 

Silvinei é alvo de diversas investigações sobre os bloqueios de veículos realizados pela PRF no dia das eleições do ano passado em várias estradas, principalmente na região Nordeste. 

 "Já existe um procedimento na corregedoria que corre em sigilo. Em caso de culpabilidade, aí eu vou de forma genérica e não específica do ex-diretor, em caso de culpabilidade do direito disciplinar, a aposentadoria não acaba com o processo. Ela pode ser ao final, se houver responsabilidade, haver cassação da aposentadoria no caso mais grave", disse Oliveira. 

A cerimônia de posse contou com a presença do ministro da Justiça, Flávio Dino. (Com Folha de S. Paulo).