Reabertura


O MAM (Museu de Arte Moderna do Rio) reabriu ao público neste sábado (12). O espaço, que estava fechado havia mais de cinco meses, adotou medidas de higienização e distanciamento social para a reabertura, assim como ocorreu com o Museu do Amanhã no último fim de semana.

De acordo com a instituição, além da implantação de uma rigorosa rotina de sanitização pela equipe de limpeza, será disponibilizado álcool em gel ao público. Para o retorno às atividades, foi feita uma limpeza completa dos dutos de ar condicionados e troca de filtros. A capacidade máxima no museu, localizado no Flamengo (zona sul carioca), será de 200 visitantes por hora e o distanciamento mínimo, de 1,5 metro. Também está prevista a aferição de temperatura na entrada, além do uso obrigatório de máscara.

Durante essa primeira fase da reabertura, o MAM Rio passa a funcionar em horário reduzido, aberto de quinta a domingo. Às quintas e sextas, a partir das 13h, e aos sábados e domingos, a partir das 10h. O horário de fechamento será às 18h. As visitas guiadas devem ser pré-agendadas.

O Museu de Arte do Rio (MAR), no Centro, também vai começar a receber o público a partir do dia 22, mas as visitas serão programadas e vão ocorrer em datas e horários específicos. Os primeiros dias disponíveis são 22 a 26 de setembro -as próximas datas ainda serão divulgadas nas plataformas digitais do museu.

Já a sede carioca do Instituto Moreira Salles, na Gávea (zona sul), retoma suas atividades a partir de terça (15). Seguindo as recomendações das autoridades, o centro cultural reabre com visitas agendadas e capacidade reduzida. O uso de máscaras será obrigatório, assim como o distanciamento entre as pessoas.

Nesta sexta (11), o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) anunciou que cinemas, teatros e anfiteatros poderão voltar a funcionar a partir de segunda (14). Eles deverão respeitar o limite de 50% da capacidade, terão lugares marcados e não poderão vender bebidas e alimentos.

Enquanto afrouxou essas regras, Crivella endureceu outras. Ele voltou a proibir bares, lanchonetes, restaurantes e ambulantes de venderem bebidas alcoólicas para o consumo externo a partir das 22h, depois que as ruas passaram a ficar lotadas à noite.

As punições passaram a ser mais rigorosas: o estabelecimento comercial que desobedecer as normas e promover aglomerações, o que inclui os quiosques, será interditado por sete dias, e não mais 24 horas. O valor da multa é de R$ 13 mil e, em caso de reincidência, dobra para R$ 26 mil.

ESPECIALISTAS CRITICAM
Para especialistas, o momento ainda não é favorável à reabertura dos museus, cinemas e teatros. O virologista Raphael Rangel, do Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação IBMR, acredita que as autoridades do Rio deveriam resolver primeiro os problemas que têm ocorrido em locais já liberados, como os pontos turísticos.

"A gente observa que nos pontos turísticos que foram reabertos, quando há grande demanda, esses locais não conseguem comportar o número de pessoas. O que adianta organizar lá dentro se na fila todas as pessoas ficarem aglomeradas?", avalia Rangel.

O virologista lembra que os museus são locais fechados e que alguns deles também vão atender por livre demanda: "Temos um problema. Não adianta a gente querer acelerar um processo para voltar ao normal quando, na verdade, veremos aquele antigo normal que conhecemos sem que haja uma vacina", pondera.

Para Tânia Vergara, presidente da Sociedade de Infectologia do Rio, é preciso que os visitantes dos museus possam ser rastreados se acontecer um caso de Covid-19 entre aquelas que estiveram nesses locais.

"Qualquer atividade que não seja essencial poderia esperar mais um pouco. No caso de reabrir museus, por exemplo, tem que haver agendamento por horário, não pode ter fila. As pessoas não podem ficar mais tempo do que devem", diz ela.

"Lá dentro, os espaços têm que ser demarcados no chão. Todos devem entrar de máscaras, que fiquem no nariz e na boca. As mãos precisam estar higienizadas, além de ser feita aferição da temperatura na entrada", reforça.