Vitória - O ex-cobrador de ônibus Luiz Alves de Lima está processando o senador Magno Malta, cotado para assumir um ministério no governo eleito de Jair Bolsonaro. Ele preso injustamente, acusado de pedofilia, tendo a esposa como cúmplice, passou nove meses no Centro de Detenção Provisória de Cariacica e foi torturado.
Como relata a jornalista Anna Virginia Balloussier, da Folha de S. Paulo, no terceiro dia de detenção, o senador Magno Malta chegou "com um batalhão de gente", imprensa inclusa, e assumiu o papel de "juiz, promotor, delegado", diz Lima. Em seu relatório, o delegado do caso atestou: Malta "manifestou-me que, por sentimento pessoal e experiência profissional, entende ser o pai da criança o autor do delito".
O baiano que fez carreira no Espírito Santo presidia a CPI da Pedofilia em 2009. No mesmo mês em que Luiz foi preso, o senador prometeu no plenário que "os pedófilos desgraçados" estavam com "os dias contados".
Inocentado em todas as instâncias da Justiça, o ex-cobrador de ônibus, que ficou incapacitado após a cegueira parcial, processa o senador, o estado e o médico responsável pelo laudo que o colocou na posição de suspeito.