A Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva) divulgou neste sábado uma pesquisa em que 1,5% das fábricas do setor respondeu usar o etilenoglicol, que, segundo a entidade, é muito menos tóxico do que o dietilenoglicol. Esse segundo produto foi encontrado em oito marcas de cervejas produzidas pela Backer.

Das empresas, 87,4% afirmaram usar álcool no processo de resfriação, 6% propilenoglicol (que não é tóxico) e 5,1% outros métodos.

A Abrecerva disse ter recomendado às cervejarias que usam o etilenoglicol a substituição por outro produto. A associação revelou ter indicado aos órgãos competentes a proibição do dietilenoglicol.

O presidente da entidade, Carlo Lapolli, afirma que as fábricas estão à disposição para apresentar os processos e mostrar ao consumidor que o negócio da cerveja artesanal é sério e passa por fiscalização.

O dietilenoglicol é suspeito de intoxicar 19 pessoas em Minas, sendo que quatro morreram. Uma morte foi confirmada pela contaminação.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interditou todas as marcas de cerveja da Backer com data de validade igual ou posterior a agosto de 2020 (confira a lista ao fim da matéria). A orientação da Anvisa é para que essas cervejas não sejam consumidas caso já tenham sido adquiridas.

Além da interdição das cervejas da marca, três lotes específicos da cerveja Belorizontina (L1 1348, L2 1348 e L2 1354) e um da cerveja Capixaba (L1 1348) estão proibidos e devem ser recolhidos pela empresa em todo o país.

A determinação veio após análises feitas pelo Ministério da Agricultura que comprovaram a contaminação pelas substâncias monoetilenoglicol e dietilenoglicol em 21 lotes de oito marcas diferentes de cerveja da empresa.