Especialistas aguradam uma explosão de casos de coronavírus nas periferias e favelas brasileiras, com base nas topografias locais, nos hábitos culturais e nas aglomerações naturais das pequenas casas improvisadas. 


Mas o dado que vem provocado maior indignação nesses locais é o descaso histórico do Estado brasileiro, que se aprofundou imensamente depois do golpe de 2016. 

A reportagem do jornal Folha de S. Paulo relata que "armários vazios e barracos repletos de adultos e crianças que deixaram de ir às escolas onde recebiam a merenda —sua principal refeição do dia— são a nova realidade em favelas de São Paulo. Além de comida, faltam itens como papel higiênico, fraldas, sabão e detergente, para lavar as mãos e a louça. Em muitas casas, a porta de entrada é o único meio de ventilação. Na rua, crianças limpam pés e mãos em fios de água que correm nas guias."


Em tom apocalíptico, a matéria prossegue: "no desespero, muitos moradores já saem de casa para ir atrás de parentes, amigos e entidades assistenciais em busca de alimentos e ajuda. Perto dessas comunidades, há ambulantes nos semáforos e, dentro delas, bem mais gente em vielas e ruas do que se pode ver em vários bairros de São Paulo. Muitos estão atrás de bicos e comida."