O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira (1º) que a definição sobre a continuidade das obras da Usina Nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro, deve ocorrer ainda em 2025. A declaração foi feita após reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em Brasília.

De acordo com informações publicadas pelo Valor Econômico, Silveira disse ter solicitado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que antecipe a entrega dos estudos complementares sobre o empreendimento, para que a decisão possa ser tomada já na próxima reunião do CNPE, marcada para dentro de um mês.

“Eu destaquei a necessidade de urgência para que seja entregue estudos complementares para tomarmos decisão segura sobre Angra 3”, afirmou o ministro, destacando que os levantamentos do banco serão fundamentais para estabelecer a viabilidade da obra.

Possibilidades em análise

O CNPE aprovou nesta quarta-feira (1º) uma resolução determinando que a Eletronuclear e o BNDES atualizem e complementem os estudos de viabilidade econômico-financeira. Entre as alternativas em discussão estão:

manter o modelo atual de parceria entre a Eletrobras e a estatal ENBPar, com a entrada de um sócio privado;
 concluir as obras exclusivamente com recursos públicos, via União e ENBPar;

 ou até mesmo encerrar de forma definitiva o projeto, apresentando os custos e impactos para todas as partes envolvidas.

Silveira reforçou que, antes de qualquer decisão, será necessário definir a tarifa de energia da usina, ponto considerado crucial para atrair investidores ou justificar a aplicação de recursos públicos.

Leilões de petróleo antecipados

Durante o encontro, o CNPE também deliberou sobre a antecipação de leilões de campos de petróleo fora do polígono do pré-sal. O ministro destacou que a medida poderá gerar uma arrecadação significativa já em 2025.

“Adiantamos leilão de Atapu, Mero e Tupi, de áreas fora do polígono do pré-sal, que poderão representar mais de R$ 10 bilhões este ano, aliviando e cumprindo metas fiscais”, afirmou Silveira.

Segundo o governo, a expectativa é que esses leilões garantam cerca de R$ 14,8 bilhões em receitas no próximo ano, valor já incorporado ao relatório bimestral de receitas e despesas.