Brasil247 - A reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, prevista para segunda-feira (15), foi cancelada após a defesa de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, confirmar que ele não compareceria. As informações são da Rádio Itatiaia.

O cancelamento ocorreu porque, por decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), a participação de Antunes era facultativa. Ainda assim, havia expectativa de que ele fosse à sessão para apresentar sua versão, mesmo que optasse por permanecer em silêncio diante de questionamentos.

Presidente da CPMI lamenta ausência

O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPMI, classificou como frustrante a ausência do investigado.

“Perdemos a oportunidade de ouvir hoje um dos principais investigados no escândalo que desviou recursos dos aposentados. É lamentável, mas a comissão seguirá trabalhando para que a verdade venha à tona e os culpados sejam responsabilizados”, afirmou.

A comissão tem como vice-presidente o deputado Duarte Jr. (PSB-MA) e relator o deputado Alfredo Gaspar (União-AL).

Prisão e suspeitas de fraude bilionária

Na sexta-feira (12), o “Careca do INSS” foi preso pela Polícia Federal ao lado do empresário Maurício Camisotti. Ambos são investigados por participação em um esquema que teria desviado bilhões de reais da Previdência Social.

Segundo a PF, Antunes atuava como lobista e intermediário das fraudes. Entre 2023 e 2024, ele teria repassado R$ 9,3 milhões a pessoas ligadas a servidores do INSS.

Esquema com associações de aposentados

As investigações apontam que associações de aposentados fraudavam cadastros de beneficiários utilizando assinaturas falsas. O objetivo era aplicar descontos indevidos em mensalidades, ampliando os desvios em prejuízo de milhares de segurados.

STF autorizou depoimento com direito ao silêncio

A CPMI havia solicitado a participação de Antunes no colegiado. O ministro André Mendonça autorizou o depoimento, mas garantiu ao investigado o direito de não responder perguntas que pudessem incriminá-lo.

Mesmo com essa prerrogativa, parlamentares esperavam ouvir a versão de Antunes sobre o caso.