ANÁLISE

Barueri, em São Paulo, perdeu seu posto como a cidade mais competitiva do Brasil, após três anos seguidos na liderança. Agora, Florianópolis (SC) está no topo do ranking e Belo Horizonte se mantém na 12ª posição. Os dados são do Ranking de Competitividade dos Municípios, elaborado pelo Centro de Liderança Política (CLP) em parceria com a Gove e a Seal.

A quarta edição do levantamento será divulgado nesta quarta-feira (23), em Brasília (DF), em um evento que contará com diversas autoridades, como Renan Filho, ministro dos Transportes, Waldez Goés, ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, além de Beth Jucá, secretário de Estado de Desenvolvimento Social do Estado de Minasm e Renato Carvalho, prefeito da cidade mineira de Araguari. 

Ser um município competitivo pode ser resumido como a capacidade de entregar bons resultados para a população usando os recursos disponíveis; é ter um desenvolvimento sustentável. Este cenário leva a atração de empresas, trabalhadores e estudantes para a localidade. Desta forma, a pesquisa leva em conta 65 indicadores, distribuídos em 13 pilares temáticos, que vão do saneamento e acesso à educação até ao funcionamento da máquina pública. Para o levantamento, a CLP, apresenta os resultados detalhados dos 410 municípios do país com mais de 80 mil habitantes, que proporcionam maior precisão na leitura dos dados. Todas as informações apuradas são públicas. 

Segundo Tadeu Barros, presidente do CLP, é importante ressaltar que a manutenção em uma determinada posição, como é o caso de BH, não significa, necessariamente, uma estagnação. “O ranking é dinâmico e todas as cidades que fazem parte do estudo estão melhorando ou piorando. Então, se manter na mesma posição não significa que as políticas públicas estão estagnadas. Isso quer dizer que outras cidades também estão entregando resultados e melhorando. E Belo Horizonte também, para manter esse patamar entre as 15 melhores cidades do Brasil, precisa melhorar, então ela tem que manter um desempenho”, afirma. 

Segundo o levantamento, BH vai bem quando o assunto é acesso à saúde e questões econômicas. Mas para subir no ranking, Lucas Cepeda, gerente de Competitividade do CLP, explica que a capital mineira precisaria melhorar, especialmente, no aspecto do meio ambiente e também da segurança pública, pontos mais negativos na avaliação. 

Tadeu Barros evita fazer correlações de decisões ou iniciativas dos gestores para levarem este ou aquele município a subir no ranking. “É algo arriscado. Alguns acabam se destacando em áreas que resolveram ‘lutar’ por essas guerras há mais tempo, enquanto outros ainda ‘engatinham’”, explica. É o caso de Santos, por exemplo, que virou referência nacional em saneamento. 

Ipatinga é a cidade que mais subiu de posições no Sudeste

A região do Sudeste permanece com as cidades de melhor desempenho, com 65 das 100 melhores posições no ranking nacional. Destas, destaca-se Ipatinga (MG), que foi a que mais avançou, passando da 67ª posição, em 2022, para 53ª neste ano. 

O presidente do CLP revela que outros destaques do Estado foram a cidade de Coronel Fabriciano, que subiu 108 posições, Lavras, com 50, e Araguari, com 20. “Araguari foi uma das cidades que mais cresceram. A cidade está desenvolvendo um pólo de saúde”, detalha Barros. 

Na outra ponta, entre as dez de pior desempenho na região, Minas tem duas cidades: Esmeraldas (354ª posição) e Santa Luzia (349ª). Esta última foi a segunda cidade da região Sudeste que mais perdeu posições no período, ao recuar 92 lugares, ficando em 349ª. Lucas Cepeda observa que o grande desafio é mesmo ser sustentável ao longo dos anos. “Não adianta subir 50 posições agora para cair depois.”, detalha. 

O Estado do Rio de Janeiro concentra os outros oito municípios com pior desempenho no Sudeste. Entre eles estão Belford Roxo (406ª), na Baixada, Japeri (401ª) e Itaboraí (389ªº), na região metropolitana .  

A capital carioca também chama a atenção como exemplo negativo: a cidade perdeu 21 colocações e tem pior desempenho do que capitais como Recife, na região Nordeste, historicamente marcada por desigualdades sociais. 

O último município do ranking nacional é Moju, no Pará, que tem inúmeros dados ausentes. 

Veja o ranking dos municípios mais competitivos em Minas:

1° - Belo Horizonte  
2° - Uberlândia
3°- Lavras 
4° - Pouso Alegre 
5°- Itajubá 
6°- Nova Lima
7° - Ipatinga 
8° - Varginha
9° - Poços de Caldas
10° - Uberaba 
11° - Barbacena
12° - Itabira
13° - Divinópolis
14° - Juiz de Fora
15° - Conselheiro Lafaiete
16° - Coronel Fabriciano
17°- Itaúna
18° - Araxá
19° - Patos de Minas
20° - Viçosa
21° - Passos
22° - Montes Claros
23° - Ituiutaba
24° - São João del Rei
25° - Betim
26° - Contagem
27° - Patrocínio
28° - Muriaé
29° - Sete Lagoas
30° - Pará de Minas
31° - Araguari
32° - Manhuaçu
33° - Governador Valadares
34° - Paracatu
35° - Caratinga
36° - Ubá
37° - Nova Serrana
38° - Unaí 
39° - Curvelo
40° - Ibirité 
41° - Vespasiano 
42° - Sabará 
43° - Teófilo Otoni 
44° - Ribeirão das Neves 
45° - Santa Luzia 
46° - Esmeraldas

Pilares para avaliação de indicadores:

Sustentabilidade Fiscal
Funcionamento da Máquina Pública
Acesso à Saúde
Qualidade da Saúde
Acesso à Educação
Qualidade da Educação
Segurança
Saneamento
Meio Ambiente
Inserção Econômica
Inovação e Dinamismo Econômico
Capital Humano e Telecomunicações  

Informações completas sobre o Ranking de Competitividade de Municípios podem ser consultadas no

site www.rankingdecompetitividade.org.br.