Brasil247 - Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (1º) revela que 77% dos moradores do Rio de Janeiro e da região metropolitana consideram mais importante investigar crimes do que simplesmente matar criminosos. O levantamento foi publicado pelo Brasil de Fato e realizado nos dias 30 e 31 de outubro com 626 pessoas com idade acima de 16 anos, por telefone.

O estudo foi feito logo após a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em pelo menos 121 mortes. Apesar do massacre, 57% dos entrevistados concordam com a avaliação do governador Cláudio Castro de que a operação foi bem-sucedida, enquanto 39% discordam. Entre os homens, 68% concordam com a afirmação de Castro, ante 47% das mulheres. Já os jovens de 16 a 24 anos e aqueles com renda entre 5 e 10 salários mínimos foram mais críticos, com 59% e 49% discordando, respectivamente.

 A pesquisa também questionou a percepção sobre estereótipos associados a operações policiais. Para 73% dos entrevistados, a ideia de que “quem morre em operação policial é sempre bandido” está errada, enquanto 23% concordam. Além disso, 45% discordam da afirmação “bandido bom é bandido morto”, comum entre políticos de direita e extrema direita, e 51% concordam.

Os resultados refletem o alinhamento com a linha do governo do presidente Lula, que aposta em ações que investigam e sufocam economicamente organizações criminosas, como a operação Carbono Oculto, que desmantelou negócios do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Avenida Faria Lima, em São Paulo.

A estratégia também está presente na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública, enviada ao Congresso em abril, que propõe incluir o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) na Constituição, garantindo integração entre União, estados e municípios. “Queremos fazer um entrosamento das forças federais, estaduais e até municipais no enfrentamento deste flagelo que é a criminalidade”, afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em coletiva no Rio de Janeiro.

Além disso, nesta sexta-feira (31), o presidente Lula assinou o projeto de lei Antifacção, que prevê agravar a pena para líderes e integrantes de organizações criminosas, reforçando a aposta do governo em ações investigativas e integradas de combate ao crime.