Quem, de outra parte deste país ou de outro, chegar a Belo Horizonte ficará em palpos de aranha para entender a capital dos mineiros como presentemente. Sabido que a metrópole inaugurada em 1897 é de vida política mais intensa, porque esta uma característica da gente que aqui se foi instalado desde que Minas é Minas. Não adianta disfarçar: política é aqui mesmo.

Mas verdadeiramente houve uma substancial transformação nos últimos tempos. O mineiro, tranquilo, sereno e cordato, parece ter cedido lugar a outro cidadão - afoito, impaciente, intolerante e agressivo. Desta constatação se poderá extrair lições que evitem problemas que terminam nos verdadeiros embates de trânsito e nas delegacias de polícia. 

Os belo-horizontinos assistem ao desairoso espetáculo do grande número de moradores de rua, sob marquises, viadutos e pelas vias públicas. Com o calor insuportável da primeira metade de novembro, as autoridades cuidaram de fornecer água e alimentos a esses contingentes. Justo, humano, é claro. No entanto, é mais indicado que elas zelem para que esses humanos, cuja cor não interessa, tenham condições apreciáveis de sobrevivência em todos os períodos do ano.

Aí está a questão. A desumana situação do morador de rua não existe apenas em um curto período do calendário e quando as temperaturas alcançam limites insuportáveis. Necessidades são da espécie e da raça, não se restringem a certos períodos das folhinhas e determinados locais de uma cidade que não parou de crescer. Tem-se de fazer algo mais. 

Com o acirramento da guerra de Israel versus Hamas, os descendentes de ambos os povos ou integrantes das comunidades judaico-israelenses e palestinos se têm metido em encrencas que já preocupam a polícia. Em São Paulo, a situação é das mais candentes e inquietantes, e as autoridades enfrentam verdadeiros desafios. 

Na capital bandeirante, a Polícia Federal prendeu pessoas em operação contra planejamento de atos extremistas, que eram brasileiros recrutados pelo grupo libanês Hezbollah. A situação é séria e impõem  ação imediata. Todos a conhecemos. Agir já, antes que seja tarde. O Brasil já tem problemas demais.

 

*O autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Fonte: hojeemdia.com.br