Grada Kilomba, Paulo Nazareth, Rivane Neuenschwander, Pipilotti Rist e Rebeca Carapiá são os artistas-chave da programação de Inhotim neste ano.
 
Em 13 de abril, o museu a céu aberto nos arredores de Belo Horizonte inaugura uma mostra da portuguesa Grada Kilomba, que foi uma das organizadoras da Bienal de São Paulo do ano passado. Na galeria Galpão, ela apresenta a peça "O Barco", inédita no país.
 
A obra é uma instalação escultórica ativada por performance, a partir de centenas de blocos de madeira carbonizada que remontam à silhueta de uma grande embarcação. Em alguns desses blocos estão gravados, em matéria dourada, versos de um poema escrito pela artista e traduzido para seis idiomas: yoruba, kimbundu, crioulo, português, inglês e árabe.
 
A performance, dirigida por Grada e conduzida por cantores, bailarinos e musicistas, todos oriundos de ex-colônias portuguesas, será realizada em sessões que compõem um primeiro ato, na inauguração da obra. Após a realização desse primeiro momento, a artista retorna a Brumadinho com sua equipe e colaboradores para desenvolver os atos subsequentes com artistas locais, em um programa de ativações que deve se estender por pelo menos dois anos, enquanto a obra estiver em exibição.
 
No mesmo dia 13 de abril, o mineiro Paulo Nazareth ocupa a Galeria Praça e outros lugares do museu com obras comissionadas por Inhotim. Baseado no município de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, o artista propõe trabalhos como um bananal plantado na área de Inhotim e outros no trânsito até a instituição, lidando com questões caras à sua obra como território e deslocamentos.
 
Em 19 de outubro, data das inaugurações do segundo semestre, a Galeria Mata recebe uma exposição de Rivane Neuenschwander, com trabalhos de vários momentos da carreira da artista —instalações, obras audiovisuais, pinturas e esculturas que lidam sobre temas de sua produção como memória e infância, natureza e ecologia, história e ditadura.
 
Na Galeria Fonte, a suíço Pipilotti Rist inaugura uma instalação imersiva chamada "Homo Sapiens Sapiens". A obra, filmada nos jardins do Inhotim em 2004, foi exibida na Bienal de Veneza do ano seguinte, quando a artista, uma expoente da videoarte, representou a Suíça. O trabalho representa corpos femininos que se fundem à natureza, a partir de grandes closes que se desdobram em imagens caleidoscópica, com referências ao Jardim do Éden e à iconografia barroca.
 
Por fim, a baiana Rebeca Carapiá vai desenvolver um projeto comissionado. Ao trabalhar com linguagem e corpo, cria um conjunto de esculturas e instalações que, como linhas de desenho, avançam pela tridimensionalidade para inventar novos modos de se inscrever em seu tempo. O trabalho será desenvolvido em parceria com os ateliês de montagem do Inhotim. (Folhapress)