Programa permite conhecer dois destinos com um único bilhete aéreo; pioneirismo da TAP foi acompanhado por outras companhias concorrentes

O termo é novo para os viajantes. O stopover nunca foi muito divulgado pelas companhias aéreas, mas no último ano surgiu como uma moda no turismo brasileiro. Até então, essa informação só estava disponível nos sites de reservas de algumas companhias aéreas e, assim mesmo, com outros nomes como, por exemplo, “múltiplos destinos”.

Desde que a portuguesa TAP começou a promover uma ampla divulgação do programa em seu site e na mídia, outras companhias seguiram na sua esteira, entre elas a alemã Lufthansa, a norte-americana American Airlines e, mais recentemente, a italiana Alitalia. Por trás do stopover, está a ideia de promover o destino e atrair mais turistas.

Em resumo, o stopover é uma parada no meio da viagem para que o passageiro possa passar um tempo pré-determinado em uma cidade de conexão. Geralmente, essa parada só é permitida na cidade-base (ou hub) da companhia aérea – no caso da TAP Portugal, Lisboa ou Porto; da Lufthansa, Frankfurt; e da Alitalia, Roma.

A ideia de fazer os passageiros saírem do aeroporto e aproveitarem o destino de escala não é nova, mas o que a TAP fez foi ampliá-la e criar um incentivo a mais ao aumentar de três para cinco dias o tempo de permanência em Lisboa ou Porto, na ida ou na volta, nas viagens além-Portugal. E o melhor: sem nenhum custo adicional para o viajante.

Tendo completado um ano e meio de existência em dezembro de 2017, o programa registrou a adesão de 100 mil passageiros. “Desses, 60% são brasileiros”, afirma André de Serpa Soares, gerente da comunicação corporativa da TAP. Em relação ao perfil de quem utiliza o programa, a média de permanência é de cerca de 2,3 dias. Também 41% das reservas são efetuadas por duas pessoas.

Como funciona? Ao comprar seu bilhete para qualquer destino além-Portugal – Paris ou Madri, por exemplo –, o viajante é convidado a aderir ao programa e, através do número de reserva, escolher o tempo de permanência (entre um a cinco dias) e a cidade de escala (Lisboa ou Porto). Outra novidade foi a possibilidade de o cliente fazer stopover quando viajar para Faro, Madeira e Açores.

O Portugal Stopover foi lançado em julho de 2015 visando incentivar os passageiros a aproveitarem o hub da TAP em Lisboa para descobrir o país


STOPOVER NA TAP

Como funciona. A ferramenta da companhia portuguesa é supereficiente. O stopover está disponível em voos de longo curso de/para os EUA, Brasil, África e Europa. Na hora da compra, o buscador já pergunta se você quer fazer o stopover, em que cidade (Lisboa ou Porto), se quer ficar na ida ou na volta e quantas noites pretende permanecer na cidade (permitidas até 5). www.flytap.com/pt-br

Na esteira da TAP, aéreas promovem seus destinos

Desde janeiro, a Lufthansa e a Swiss permitem que o viajante faça stopover gratuito nos voos partindo do Brasil com conexão em Frankfurt e Zurich, respectivamente.

Uma outra forma de aproveitar essa “paradinha” é viajar com a Lufthansa na ida e voltar com a Swiss, o que permitiria ficar uns dias em Frankfurt na ida e outros mais em Zurique no retorno.

No caso da Alitalia, as tarifas de stopover tem tempo pré-determinado, até 31 de dezembro deste ano, e o viajante pode permanecer até três noites em Roma na ida ou na volta em sua viagem à Itália ou outra localidade da Europa.

O programa só foi possível graças à parceria com o aeroporto de Roma e a Associação de Hotéis Federalberghi. Ao aderir ao stopover, o viajante pode deixar as bagagens no aeroporto romano sem custo adicional e aproveitar os serviços do hotel Sheraton Parco de Medie a preços diferenciados.

KLM e Air France também reforçaram a ação de stopover. As duas companhias parceiras oferecem a possibilidade em até duas cidades da Europa – Paris ou Amsterdã – sem custo adicional. Ou seja, você pode viajar na ida pela Air France, parar em Paris e depois, na volta pela KLM, parar na capital holandesa.

Em dez anos do voo BH-Lisboa, a TAP Portugal transportou 1.175.713 passageiros

Na AA, preço final depende do trecho

De acordo com a política da American Airlines (AA), o viajante pode fazer stopover em Miami, Nova York, Dallas/Fort Worth ou Los Angeles, na ida ou na volta, sem custo adicional desde que esse seja o primeiro ponto de entrada ou o último ponto de saída dos Estados Unidos.

Se o preço da tarifa para o primeiro ponto de entrada ou saída nos EUA for maior que o preço da tarifa do destino final, isso determinará o preço final da tarifa. Se o voo para o destino final não for direto, o cliente poderá escolher parar uns dias em uma dessas cidades.

Em uma viagem do Rio de Janeiro para Paris, por exemplo, o viajante vai selecionar os dias que quer ficar em Miami. Mas é preciso respeitar os trechos: se o preço do trecho Rio-Paris for menor do que o Rio-Miami, prevalece a tarifa do Rio-Miami.

Outro exemplo é o turista mineiro que viaja de Belo Horizonte para Las Vegas pela American Airlines, ele pode fazer uma parada em Miami na ida ou na volta. Já para uma viagem São Paulo-Honolulu, no Havaí, ele pode parar em Dallas na ida e em Los Angeles na volta.