TIKEHAU

Ilha integra o arquipélago Tuamotu, sendo a mais habitada delas; essa parte da Polinésia Francesa reserva os destinos mais intocados – quase selvagens – do Pacífico

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Vista de Tikehau: tem hotéis que são base para explorar o conjunto de atóis

Perder-se em meio a 76 ilhas e centenas de atóis de um arquipélago chamado Tuamotu é o ápice de todo velejador que cobiça dar a volta ao mundo. São ilhas intocadas, a maioria desabitada, prontas para acolherem afortunados que escolheram a exploração via mar.

Para os mais pé na areia, há paraísos acessíveis com voos frequentes, como Tikehau, conhecida como o “Oásis dos 50 Tons de Azul”. É um dos destinos mais habitados dessa parte da Polinésia, rivalizando com ícones da desbravação submersa: Rangiroa (que produz os únicos vinhos de atol do mundo) e Fakarava (Patrimônio da Humanidade).

Mas não espere nada semelhante a uma cidade: a estrutura se resume a alguns meios de hospedagem familiares e uns poucos bons hotéis, como o Pearl Beach e a charmosa pousada Ninamu, do australiano Chris O’Callaghan (o mesmo do Billabong Pro), que durante uma década levou turistas em seu iate, até que decidiu vendê-lo para comprar um motu – pequena ilha – e erguer o estabelecimento.

“Acredite, ninguém conhece mais esse arquipélago que eu. É uma loucura de lindo! Tikehau é o melhor destino de kitesurfe da Polinésia e ainda tem excelentes ondas e mágicos locais de mergulho”, diz o ex-surfista australiano.

Ilha dos pássaros

O’Callaghan também se refere ao espetacular mergulho de snorkel com arraias manta, uma das principais atrações da ilha. A experiência de participar do balé desses animais gentis que parecem de outro planeta é emocionante. Mas exige bom fôlego chegar bem perto delas, e é preciso ter preparo para descer três ou quatro metros em apneia.

Neste mesmo passeio (US$ 80), o barco para na ilha dos Pássaros, um refúgio natural com quatro espécies protegidas e em uma outra ilha ironicamente chamada de Chinese Temple, ou, como diz o sinal no píer: “Bem-vindo ao Éden”.

‘Éden’: coqueiros, dunas e piscinas naturais

A ilha Chinese Temple é a morada de uma comunidade-família com 12 pessoas, que desenvolveu uma técnica agrícola para produzir frutas e vegetais no desafiador solo de areia e coral. Eles captam água de chuva e armazenam em cisternas por mais de seis meses. Tudo é orgânico, e a produção atende a cozinhas como a da pousada Ninamu.

O almoço é servido em um motu absurdamente maravilhoso. Essa ilhota é de nosso capitão polinésio Maruu, que, além de pilotar o barco, atua como guia mergulhador com as arraias e cozinha na brasa os pescados vermelho e mahi mahi, servidos com arroz ao leite de coco, que lembra a textura de um risoto tropical. As sobras da refeição são jogadas ao mar, em uma prainha, onde prontamente dezenas de tubarões de recifes finalizam a reciclagem.

Após o almoço, o merecido descanso se dá sob coqueiros em meio a pequenas dunas que formam piscinas naturais, onde o azul disputa com o transparente, em uma injusta batalha de tons no meio do Pacífico, que faz daqueles atóis os mais extraordinários do planeta.

PASSEIOS

Mergulho. Na Top Dive, a 113 euros, topdive.com
Enjoy Moorea. Passeios de um dia a 100 euros. enjoymoorea.com
Blue Lagoon. Inclui mergulho com baleia jubarte e arraias: US$ 80, com o guia polinésio Mako, da Hiro's Tour. (tel. + 689 87 76 51 73).
Snorkel com jubarte. De julho a novembro: 83 euros. (mooreaactivitiescenter.com/whales).
Surfari tour. Teahupo'o Taxi Boat: 25 euros/hora na Tahiti Surfari (tahitisurfari.com).
Moorea by Boat. Passeio de barco com snorkelling, 75 euros (corallinatours.com).