O Turcomenistão é um país da Ásia Central que está longe de figurar entre os destinos turísticos mais populares do mundo. Mas esta nação do Oriente tem um atrativo que costuma surpreender (e muito) viajantes.
Trata-se da cratera de Darvaza, um buraco situado no deserto de Karakum, que chega a ter quase 70 metros de largura, cerca de 30 metros de profundidade e que está em chamas há mais de 40 anos. Por causa do fogo que se origina em suas profundezas subterrâneas, o lugar ganhou o apelido de "Porta para o Inferno".
Pessoas do mundo inteiro vão até o Turcomenistão especialmente para ver a cratera de perto: depois de descer de veículos que fazem o transporte de turistas até o local, é possível caminhar até a borda do buraco e ficar frente a frente com seu interior. Vistos de longe, os viajantes ficam minúsculos diante da cavidade no meio do deserto.
O melhor momento para explorar os arredores da cratera de Darvaza é à noite: com a escuridão, a luminosidade do lugar ganha intensidade.
"Caminhar durante a noite pela areia do deserto e ser guiado só pela luz da cratera me deu a sensação de estar em outro planeta", conta o brasileiro Mike Weiss, que visitou o Turcomenistão no final de 2015. "Quando cheguei perto e vi aquele fogo todo, vindo de todos os lados da cratera, pareceu mesmo um portal para o inferno. É hipnotizante e também confortável, porque todas aquelas chamas aqueciam a noite gelada. Mas tem que tomar cuidado para não cair lá dentro".
Também é possível visitar esta atração durante o dia, quando os efeitos gerados pelo buraco em chamas tampouco desapontam.
A origem do buraco
A cratera de Darvaza está localizada em uma zona que abriga enormes reservas de gás natural. A história mais aceita para sua origem conta que, no começo dos anos 1970, quando o território do Turcomenistão fazia parte da União Soviética, foram realizadas perfurações na região com o objetivo de tentar explorar os recursos naturais da área. Durante os trabalhos, porém, parte do solo cedeu e deu origem ao buraco.
Junto com isso, os profissionais envolvidos no projeto teriam percebido que, da cavidade recém-aberta, estava sendo expelida uma grande quantidade de gás (que eles julgaram ser perigoso para as pessoas que estavam no lugar). A "solução" encontrada foi a de botar fogo no buraco, para tentar extinguir o gás que estava saindo dali. As chamas, entretanto, jamais se apagaram (e isso tem mais de quatro décadas).
A cratera fica a cerca de 250 quilômetros de Ashgabat, a capital do Turcomenistão. Desta cidade é possível entrar em tours até a "Porta para o Inferno".