Fechada desde 17 de março, a Ilha Grande reabre para os turistas na próxima sexta-feira (14). E vai reabrir de uma maneira diferente. Hotéis, pousadas e restaurantes podem ter até 50% da sua capacidade ocupada. A regra vale também para o município de Angra dos Reis.

 
Patrimônio Histórico e Natural da Humanidade, decretado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Ilha Grande vive basicamente do turismo.


"Fomos a primeira cidade do estado a fechar o turismo. O impacto foi muito grande, principalmente para a Ilha Grande", lembrou o presidente da Fundação de Turismo de Angra dos Reis (TurisAngra), João Willy Seixas Peixoto.

Ele explica que a reabertura será gradual. Neste primeiro momento, o município receberá apenas turistas com reservas em hospedagens.

“Queremos proteger o morador, o colaborador e o turista”, explicou Peixoto.

O acesso à ilha será apenas por Angra dos Reis. Haverá medidor de temperatura nos cais de Santa Luzia (Angra) e da Vila do Abraão (Ilha Grande).

Também no primeiro momento, o turismo do tipo “day use” está proibido na região. Durante o período de isolamento social, a prefeitura restringiu o acesso ao município apenas aos moradores ou a pessoas que comprovassem ter algum motivo para entrar. Agora, haverá fiscalização na divisa do município com Angra dos Reis.

“Temos de trabalhar para preservar a Ilha Grande. Tem de ter este controle e cuidado”, disse o presidente da TurisAngra, em entrevista à Agência Brasil.

Ônibus e vans só vão entrar com 50% de ocupação e com a comprovação de que os ocupantes têm reserva de hospedagem. “Não vai poder entrar ônibus lotado”, afirmou Peixoto.

No período de isolamento social em virtude da pandemia de covid-19, o setor de turístico de Angra dos Reis gastou 50 dias para criar um protocolo para todas as empresas que trabalham diretamente na área. O resultado foi a criação de um selo “Novo turismo Angra & Ilha Grande: limpo, seguro e inesquecível”.

Para conseguir o selo, a empresa deve se inscrever em um site, assistir a uma vídeo-aula e se comprometer com o protocolo. Tudo com o aval da Vigilância Sanitária do município.

O município também decidirá, nos próximos dias, se todas as praias da Ilha Grande serão liberadas ao turismo.

“A ilha tem uma comunidade caiçara muito grande. Estamos discutindo a reabertura. Vai depender da comunidade”, avaliou Peixoto.

A oferta turística de Ilha Grande e Angra dos Reis chega a 12 mil leitos. Pelos números de 2019, a taxa de ocupação hoteleira batia de 60% em março a 40% em agosto. “Mas tínhamos picos de 80% em alguns fins de semana”, destacou.

Para a reabertura, o presidente da TurisAngra aposta em atrair um tipo especial de turista.

“Aquele turista que procura um destino de natureza e onde a pessoa não fique isolada [presa em algum lugar]. Este novo normal vai facilitar o turismo na Ilha Grande, que fica no eixo Rio-São Paulo e Minas Gerais.”