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Trazendo um olhar questionador sobre a dominação masculina nas relações sociais e promovendo uma reflexão sobre machismo, violência contra a mulher e cultura da opressão, o espetáculo reconta a paixão da premiada escritora brasileira por seu primo, Wilson Hilst, durante a criação de um de seus mais aclamados livros, “A Obscena Senhora D”. As apresentações acontecem na sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537 - Centro).
Premiada no palco
A atuação é de Luciana Veloso, eleita Melhor Atriz no Prêmio Nacional Cenym 2020 pela interpretação no monólogo. Em cena, Luciana vive Hilda durante o seu processo de escrita, bem como outros personagens de 'A Obscena Senhora D', lançado em 1982. Vida e obra de Hilda se misturam na peça à medida em que o tablado recebe reflexos do relacionamento violento e abusivo vivido pela autora com seu primo Wilson Hilst, 20 anos mais jovem. O encontro marca uma relação em que realidade e ficção se misturam num mesmo enredo.
"Hillé, personagem central do livro e fio condutor de nossa ficção no teatro, é um autorretrato da escritora que leva ao extremo a tensão entre a materialidade da carne e a intangibilidade do espírito. Ela é a voz de Hilda num tempo em que, desamparada, a escritora parecia distante de si mesma. Enquanto transbordava intensidade através da personagem forte, que não se submete aos homens, à vida, ao mundo e a Deus, a escritora viveu um dos piores momentos de sua história”, destaca Veloso, que completa ainda, “se para Hillé a procura da luz parece ter chegado ao fim, para nossa sorte e deleite foi na literatura que Hilda depositou a sua salvação. Foi vivendo entre paixão e sombra que Hilda escreveu uma de suas obras mais completas, um trabalho irretocável que é ‘A Obscena Senhora D”, explica a atriz.
Para Juarez Guimarães Dias, diretor e dramaturgo do espetáculo, os temas abordados tanto na peça quanto na própria obra de Hilst são urgentes para a sociedade, uma vez que a violência de gênero segue se fazendo presente.
“A peça apresenta a realidade que muitas mulheres ainda enfrentam nos dias atuais. Mesmo escrita há 40 anos, a obra de Hilda se faz atual e necessária, quando traz reflexões sobre práticas machistas, violência contra a mulher e o verdadeiro sentido da vida, com personagens que questionam Deus, a vida, a morte e o corpo", ressalta Dias.
O texto compõe-se de fragmentos do romance “A Casa da Senhora H”, de Juarez Guimarães Dias, e da novela “A Obscena Senhora D”, de Hilda Hilst, além de trechos de entrevistas e cartas.
“A Obscena Senhora H Paixão e Obra de Hilda Hilst”
Data: 29 e 30/11 e 1/12
Horário: sexta e sábado, às 20h, domingo, às 19h.
Local: Sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes - Av. Afonso Pena, 1537 - Centro.
Classificação: 16 anos
Duração: 60 minutos
Ingresso: a partir de R$26
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“A peça apresenta a realidade que muitas mulheres ainda enfrentam nos dias atuais. Mesmo escrita há 40 anos, a obra de Hilda se faz atual e necessária, quando traz reflexões sobre práticas machistas, violência contra a mulher e o verdadeiro sentido da vida, com personagens que questionam Deus, a vida, a morte e o corpo", ressalta Dias.
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