O reconhecimento pela atuação da atriz em 'Love, Love, Love' veio por meio do troféu de melhor atriz

Mais tradicional premiação do teatro no Rio de Janeiro, o Shell se rendeu ao talento de Yara de Novaes, 51, na noite desta terça-feira (13). O reconhecimento pela atuação da atriz em “Love, Love, Love” – que conta no elenco com a também mineira Débora Falabella – veio por meio do troféu de melhor atriz.

“Não achei que receberia esse prêmio. Fiquei surpresa. Ganhá-lo significa selar um reconhecimento de mais de 30 anos que tenho no teatro. Mas é uma vitória junto com meu grupo”, afirmou Yara, uma das fundadoras do Grupo 3 de Teatro, ao lado do iluminador e produtor Gabriel Paiva e de Débora. Aliás, Yara é só elogios para Débora: “Ela é incrível. Débora realmente tem um amor pela arte e pelo teatro. Tenho o maior orgulho de trabalhar com ela”, diz.

“Love, Love, Love”, cujo texto é do inglês Mike Bartlett (o mesmo de “Contrações”), estreou em janeiro do ano passado, no Rio. No próximo dia 23, chega a São Paulo. “Depois de tanto tempo, a gente conseguiu um patrocínio da Vivo e vai poder levar nosso trabalho para São Paulo”, relata Yara, que alimenta o desejo de apresentar o espetáculo em sua terra natal, em breve.

“Seria ótimo encená-la em BH. Até porque tem muita gente da equipe que é daí. É quase uma obrigação, mas sabemos que levar um elenco com mais de cinco atores e uma equipe é difícil. Porém, queremos ir”, afirma a atriz.

Na trama, dividida em três atos, o autor observa de que modo parte da geração dos anos 60 — hippies e libertários na juventude — abdicou de suas ideologias na passagem para a vida adulta, e as consequências dessa mudança.

OUTROS PROJETOS. Yara subirá ao palco neste ano com outros projetos, além de “Love, Love, Love”. “No dia 4 de abril no Festival de Curitiba, estarei no espetáculo ‘A Ira de Narciso’, de Sérgio Blanco. E ainda teremos pela frente ‘Justa’, com direção de Carlos Gradim, e ‘Viagens Com Contrações’. Além disso, sou professora, trabalho na formação de atores”, afirma.

Carreira. Seja como atriz – em trabalhos como “A Lira dos 20 Anos”, de Paulo César Coutinho, e “Beijo no Asfalto”, texto de Nelson Rodrigues – ou diretora – “Noites Brancas”, de Fiódor Dostoiévski, e “Um Céu de Estrelas”, de Fernando Bonassi são alguns exemplos –, Yara vê o teatro muito mais do que sua profissão. Costuma afirmar que o teatro é “vida, resistência e desafios”.

“Eu saí de Belo Horizonte para Recife. Ou seja, não fui diretamente para o eixo (São Paulo-Rio). Em Pernambuco, tive oportunidades únicas, mostrando que a gente faz teatro em qualquer lugar do mundo. Eu trabalho com teatro todo dia”, enfatizou a atriz e diretora, que mantém os olhos voltados para suas origens.

“Belo Horizonte sempre teve uma cena incrível de teatro. As pessoas daí são muito louvadas, têm uma formação ética muito sólida. Há trabalhos maravilhosos como o ‘Janela da Dramaturgia’ e artistas muito contemporâneos, instigantes e competentes, como a Grace (Passô), o pessoal do Quatroloscinco, da Cia. 5 Cabeças... São tantos! BH é um sonho”, finaliza Yara.