Em meio à explosão de casos de dengue no Distrito Federal, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, disse nesta quarta-feira (31) que a palavra de ordem neste momento precisa ser a hidratação de pacientes acometidos pela infecção. A titular da pasta no DF defendeu ainda que, aos primeiros sintomas da doença, os pacientes procurem atendimento médico.

“Estamos com nove tendas [para atendimento de casos suspeitos de dengue]. Temos unidades básicas de saúde que funcionam até as 22h. Temos unidades básicas de saúde que funcionam aos sábados e domingos. Entrando no site, temos todos os endereços. Peço à população do Distrito Federal: procurem aos primeiros sintomas: dor de cabeça, dor no corpo, febre, dor muscular. Não esperem manchas no corpo ou sinais de sangramento.”

“Estamos prontos e, se necessário for, ampliaremos os locais de atendimento. A palavra de ordem, repito, é hidratação”, reforçou a secretária, ao destacar que a dengue é uma arbovirose que exige trabalho conjunto de vários setores. Segundo ela, o serviço de limpeza urbana, o DF Legal, a Polícia Civil e a Polícia Militar, além das demais secretarias de governo, atuam juntos no combate ao mosquito.

“Pedimos, neste momento, que olhem para suas casas, vejam se há algum reservatório com água, algum terreno que possa estar com resíduo sólido ou descarte indevido de lixo, pneus, carcaças. Pedimos à população que nos ajude porque são batalhas e é uma guerra que é de todos nós”, disse.

Segundo Lucilene, o DF registra atualmente uma média de 1.500 atendimentos diários por tenda. Cerca de 33% desses pacientes são encaminhados para o serviço de hidratação das próprias tendas ou de unidades básicas de saúde. Além disso, 2% precisam de internação hospitalar e 0,2%, de maior atenção hospitalar.

A gerente de vendas Joyce da Silva buscou a tenda para atendimento de casos suspeitos de dengue montada na Ceilândia acompanhada da mãe, que também apresenta sintomas da doença. “Minha mãe cuida do meu bebê, mas ficou muito ruim desde ontem. Não estava mais conseguindo ficar com ele. Então, precisei trazê-la aqui”.

“Minha mãe teve febre, está sentindo muita dor no corpo. Não consegue nem segurar meu bebê no colo. No meu caso, já tenho mais de uma semana sentindo muita dor de cabeça, mas não imaginei que poderia ser dengue. Como a minha mãe está ruim agora também, já vim logo ver o que é”.

Ivanalda da Silva, mãe de Joyce, confirmou o abatimento causado pelos sintomas e seguia aguardando atendimento quando a equipe de reportagem deixou o local, embora a fila estivesse andando de forma bastante rápida. “Fiquei uns três dias com febre. Aí, começou a doer tudo. Até os ossos. Tudo doendo”.

Já o vigilante Uberlândio Oliveira tentou atendimento, inicialmente, na unidade de pronto atendimento (UPA) mais próxima de casa. “Me encaminharam para cá porque lá só estão atendendo quem está com faixa vermelha [quadros mais graves]. Me falaram dessa tenda aqui e vim pra cá. O atendimento está caminhando rápido.”

“Meus sintomas são febre, dor no corpo, indisposição. Começou ontem no trabalho. Como estou na minha folga hoje, vim pra ter certeza se é dengue ou não”, explicou o vigilante.

*Colaborou Renato Ribeiro, da Rádio Nacional.