Zema (Novo) já havia demitido os 18 funcionários de seu vice, deixando-o sem função; agora, viajou para Londres e não transferiu o cargo para Paulo Brant (PSDB). Ao contrário, o ignorou completamente. Sequer o comunicou da ausência no estado e no país. Por ser um período menor do que 15 dias, o governador também fica dispensando de pedir autorização ao Poder Legislativo. Informar ao vice e aos deputados, no entanto, é dar transparência às suas decisões e ainda reconhecer o outro poder.

O governador foi a Londres, ou tirou férias, e ficará lá por sete dias para ver os filhos, retornando na sexta, 2. Bonito da parte do homem, do pai, mas um péssimo exemplo do homem público. Todos torcem para que nada de grave aconteça no estado, mas, se acontecer, não haverá por aqui um governador de plantão. Pode-se dizer que não faltará falta, como já aconteceu, mas, com certeza, e-mail, zap ou rede sociais não substituirão o buraco dessa ausência.

Falta de confiança

Na Cidade Administrativa, sede do governo estadual, dizem que ele não entregou o cargo para o vice-governador Paulo Brant, porque não confia mais nele. Isso é sabido como também a razão para isso: Paulo Brant não apoiou a reeleição de Zema e fez campanha para o candidato a governador de seu partido, o tucano Marcos Pestana.

Zema não perdoou o que considerou infidelidade, mas nada o impediu de apoiar o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, de outro partido, o PL. Nesse caso, não foi infidelidade, mas uma lamentável identidade.

A relação entre eles, ou de Zema para Brant, já estava extinta há muito. Como disse o próprio Brant, Zema o cancelou, para usar linguagem das redes sociais. Antes da campanha, o governador exonerou os 18 funcionários de Brant e não conversa mais com ele.

Falta de transparência


Do ponto de vista administrativo e político, joga pra frente problemas que cobram solução dele na Assembleia Legislativa. Por exemplo, o destravamento da pauta legislativa de modo a permitir que seja votado o orçamento do estado para o ano que vem. Tem tempo? Tem; então, empurra pra depois.

Junto disso, está acontecendo a campanha pelo cargo de presidente da Assembleia ao próximo biênio. Zema tem candidato, precisa vencer, mas não se importa de compor com candidato independente que não lhe faça oposição. Pode ser aprendizado político, ou decisão de risco.

Fonte:alemdofato.uai.com.br