O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi tema de uma discussão acalorada na CPMI do INSS nesta quinta-feira (27/11). A discussão envolveu, principalmente, os deputados federais Rogério Correia (PT-MG) e Marcel van Hattem (Novo-RS).

Correia pediu a quebra de sigilo bancário e fiscal da Zema Financeira, empresa do Grupo Zema, do qual o governador é herdeiro e ex-administrador. O requerimento é justificado pela concessão de empréstimo consignado para aposentados e pensionistas do INSS via processo online, que, segundo o deputado, “gera grandes riscos de fraude”.

“O Bolsonaro, na véspera da eleição, abriu a hipótese de crédito consignado para BPC e Auxílio Brasil. Foram só 12 instituições que tiveram autorização, uma delas foi essa [Zema Financeira]. Temos que ver como funcionou, vai ser um exemplo dessas que fizeram o consignado, que passou a ser um tema da CPMI”, explicou o parlamentar ao Estado de Minas.

Ele revelou com exclusividade que vai pautar a convocação de Zema à comissão: "Vou apresentar a convocatória, mas o principal é a quebra de sigilo".

Briga generalizada

A discussão sobre possíveis convocados à CPMI esquentou o debate no Congresso Nacional. Quanto ao nome de Zema, van Hattem, companheiro de partido do governador, disse que não vê problema em convocá-lo.

Rogério Correira respondeu: “Corretamente, vamos colocar o Zema. Roubou demais lá”. A fala enfureceu o parlamentar do Novo.

“Não dá para o deputado chegar aqui e acusar o melhor governador do Brasil. Um vagabundo falar do melhor governador do Brasil”, disse van Hattem. “Lave a boca para falar do Zema”, completou.

“Vagabundo é você, rapaz. Quem que é vagabundo?”, retrucou o petista. A discussão seguiu, mas os microfones foram cortados.

Presidente da CPMI, Carlos Viana (Podemos-MG) tentou apaziguar o debate, mas o clima de tensão demorou alguns minutos para deixar o Senado. “Se fossemos levar esses ânimos desde o início, essa CPMI não teria chegado ao lugar que chegou. Vamos caminhar no que é possível hoje”, disse o senador.