ELEIÇÕES 2022

O governador Romeu Zema (Novo) criticou, nesta sexta-feira (2), em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o adversário Alexandre Kalil (PSD) após o ex-prefeito de Belo Horizonte chamar a região de “armazém” do Brasil. Em ironia a Kalil, Zema, que lidera a corrida para a sucessão ao governo de Minas Gerais, afirmou que há candidatos que fazem “turismo eleitoral”. O TEMPO questionou a campanha de Kalil e aguarda retorno.

Conforme Zema, ele, “que sempre estive na estrada”, pode dizer que conhece Minas bem melhor. “Quero alertar todo mundo para aqueles candidatos que ficam fazendo turismo eleitoral, que vêm aqui e chamam o Triângulo Mineiro de armazém, de mercearia. Parece que nunca tiveram aqui, exceto em época de campanha”, disse, em sabatina da TV Integração do Triângulo e Alto Paranaíba, afiliada à Rede Globo. 

Quando visitou Uberlândia na última quarta (31), Kalil, em entrevista ao mesmo veículo, afirmou que o Triângulo é um “armazém” ao questionar a infraestrutura “estourada” da região. “Há uma ilusão e é uma ilusão que o Triângulo é um lugar muito rico, mas estamos com a infraestrutura estourada e aqui é uma região que não pode ter a infraestrutura estourada. Isso aqui é o celeiro, isso aqui é o armazém, isso aqui distribui alimento para o Brasil e para o mundo”, afirmou.

As condições da malha rodoviária de Minas são um dos calcanhares de Aquiles de Zema. Em Uberlândia, por exemplo, o próprio governador admitiu a necessidade de melhorias. “(...) Estrada é fundamental. Como um caminhão vai chacoalhando transportando frutas? Já tive essa reclamação inúmeras vezes, chega tudo amassado”, reconheceu Zema. Um dos principais pleitos do Triângulo Mineiro é a solução para o imbróglio da estadualização da BR-365.


Sempre quando é questionado a respeito da malha rodoviária, Zema argumenta que o quadro fiscal herdado pelo ex-governador Fernando Pimentel (PT) lhe impediu de investir nas estradas, já que a prioridade era regularizar os repasses constitucionais para os municípios, assim como o salário do funcionalismo público. “Eu assumi um Estado falido, caótico. Somente no ano passado eu consegui colocar a folha de pagamento em dia”, reforçou em Uberlândia.


De acordo com Zema, o governo de Minas, por meio do Provias, está investindo cerca de R$ 2 bilhões em 2.500 quilômetros de rodovias, que, inclusive, é financiado por recursos do pacto firmado entre o Estado e a Vale a título de reparação do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, em 2019. “Vamos concluir o ano com as rodovias em estado ruim, que eram coisa de 30%, que já vai cair para 18%”, projetou o governador.

Conforme a rodada mais recente da pesquisa DATATEMPO, Zema lidera as intenções de voto para o governo de Minas, com 46,2%. Já Kalil, em segundo, soma 21,6% das intenções de voto. O cenário garantiria, hoje, a reeleição do governador em 1º turno, porque o percentual corresponde a 61,4% dos votos válidos. A sondagem, realizada entre 11 e 16 de agosto, foi registrada sob os protocolos TSE nº BR-03361/2022 e TRE nº MG-01547/2022.