QUEIROZ


Um relatório do Conselho do Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou que o advogado Frederick Wassef fez um pagamento de R$ 10,2 mil para o urologista Wladimir Alfer, primeiro médico a atender Fabrício Queiroz no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O suposto atendimento foi feito em 2018, quando Queiroz teria começado o tratamento contra um câncer no intestino.

Durante investigação sobre o esquema das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Fabrício Queiroz, apontado como responsável pelo esquema, deixou de ir depor em 21 de dezembro de 2018.

Na época, a defesa alegou que o ex-assessor estava passando por exames no hospital Albert Einstein. Entre os documentos do processo, foi adicionada uma declaração assinada pelo urologista Wladimir Alfer. As informações foram publicadas no jornal O Globo.

"Fabrício José Carlos de Queiroz. O paciente esteve em avaliação médica sob minha responsabilidade no dia de hoje. Solicitados exames a serem realizados neste hospital", escreveu Alfer no documento.

Nos documentos, apresentados pela defesa para os promotores, também é possível ver que foi o médico quem pediu a bateria de exames feitas por Queiroz no dia em que deveria ocorrer o depoimento.

De acordo com o jornal, o relatório que aponta o pagamento suspeito foi enviado para Ministério Público Federal no Rio, Ministério Público do Rio e para a Polícia Federal no dia 15 de julho.

Vale relembrar que, após a prisão de Queiroz, o ex-advogado da família Bolsonaro afirmou “nunca” ter pagado qualquer despesa do ex-assessor.

Entenda

Queiroz foi detido em 18 de junho, na casa de Frederick Wassef, na epóca advogado do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), em Atibaia. O ex-assessor é suspeito de operar um esquema de "rachadinhas" (apropriação de salários de funcionários) no antigo gabinete de Flávio na Alerj.

O nome de Queiroz veio à tona em dezembro de 2018, quando foi revelado que ele fez movimentações financeiras "atípicas".

Agora, Queiroz está em prisão domiciliar.