Fabinho Ramalho articula para emplacar Paulo Abi-Ackel; Joice Hasselmann quer o cargo, alegando que mineiros querem abafar as investigações
O deputado federal Fábio Ramalho (MDB-MG) está articulando em favor de seu colega, Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), para que ele assuma a presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados que investigará a tragédia de Brumadinho. Até o momento são 162 pessoas mortas no rompimento da barragem do Córrego do Feijão.
A movimentação em torno da CPI ganhou força pouco tempo depois da tragédia. Parlamentares estão em uma queda de braço pela presidência do colegiado, que possui autoridade judicial – pode, por exemplo, convocar testemunhas e solicitar informações sigilosas. “Essa CPI não pode ser palanque político. A presidência deve ficar com os mineiros, afinal a tragédia nos afetou enormemente”, afirmou Ramalho, que também se empenha para que o deputado Pinheirinho (PP-MG) tenha algum cargo de relevância. “Paulo Abi-Ackel tem que ser o presidente, ele é o mais adequado”, reiterou.
Nesta semana Fábio e a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), autora do pedido da CPI, trocaram farpas em torno do assunto. Hasselmann disse que a “bancada da lama”, referindo-se aos deputados mineiros, quer controlar a comissão para abafar as investigações. Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, publicada na última terça-feira (14/02), Joice questionou: “por que a bancada da lama não quer que uma parlamentar totalmente independente como eu possa presidir a CPI?”
No Senado, a criação da CPI foi protocolada pelos senadores Carlos Viana (PSD-MG) e Otto Alencar (PSD-BA). Até agora, 32 senadores e 224 deputados federais já assinaram o requerimento para sua instalação. O mínimo de senadores para abrir esse colegiado são 27 e, para a Câmara, são 171 deputados federais. O número de assinaturas ainda pode aumentar nos próximos dias.
Fonte:www.osnovosinconfidentes.com.br