Brasília - Sob comando do entreguista Michel Temer, o governo brasileiro só vai entrar na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a sobretaxa de 25%, a ser aplicada pelos Estados Unidos nas importações de aço, após esgotadas todas as tentativas de um acordo bilateral que exclua o Brasil dessa medida protecionista.
Existe uma avaliação reservada de que, para chegar a um entendimento, o governo brasileiro teria de fazer concessões tanto nas vendas de siderúrgicos ao mercado americano, adotando restrições voluntárias de exportações, por exemplo, como em áreas completamente distintas, como a associação entre a Boeing e a Embraer, operação que, pelo Ministério da Defesa, só acontecerá mediante uma série de condições, para não prejudicar projetos estratégicos de aviação militar. Há, ainda, a possibilidade de, nessas conversas, os EUA exigirem vantagens para o etanol de milho, que concorre diretamente com o álcool combustível fabricado da cana-de-açúcar do Brasil.
Os contatos informais entre autoridades dos dois países já começaram antes mesmo do anúncio da sobretaxa pelo presidente Donald Trump, na semana passada. Alguns dias atrás, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, enviou uma carta ao secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, reforçando o pedido de exclusão do Brasil da nova barreira comercial. E, até o fim desta semana, o governo entrará com dois recursos em Washington: um deles, pedindo a exclusão do Brasil da medida, dirigido ao Representante Comercial dos EUA, o USTR; e outro solicitando a exclusão dos produtos exportados àquele mercado ao Departamento de Comércio.
As informações são de reportagem de Eliane Oliveira em O Globo.