Na última pesquisa Datafolha, de abril, o governo do emedebista apareceu com um índice de 70% de rejeição

O presidente Michel Temer avalia anunciar oficialmente na próxima terça-feira (22) a desistência de uma candidatura à reeleição. No mesmo evento, ele deve comunicar seu apoio ao ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como o nome do MDB para disputar o Palácio do Planalto em outubro.

A ideia é de que o anúncio seja feito em evento que lançará o documento "Encontro com o Futuro", que será usado como a plataforma do partido para a sucessão presidencial.

Em conversas reservadas, o presidente reconhece não ter viabilidade eleitoral para disputar o cargo. Ele tem dito que aumentou o volume de críticas desde que manifestou interesse em seguir no posto.

Apesar de já ter sido convencido a formalizar na terça-feira (22) sua saída da disputa, Temer disse a assessores e auxiliares que só tomará a decisão final na noite de segunda-feira (21), quando fechará seu discurso para o encontro.

A ideia inicial do presidente era confirmar a sua desistência apenas em julho, às vésperas das convenções partidárias. Sob pressão de seu próprio partido, contudo, ele decidiu antecipar o anúncio.

A cúpula da sigla vem reclamando que a insistência dele de manter a candidatura estava atrapalhando as negociações com partidos aliados para a formação dos palanques nacionais e estaduais.

Na última pesquisa Datafolha, de abril, o governo do emedebista apareceu com um índice de 70% de rejeição. Para a disputa deste ano, ele tem 2% das intenções de voto e 64% não votariam nele de jeito nenhum.

O ex-ministro da Fazenda também tem um percentual baixo, de 1%, mas o seu índice de rejeição é bem menor, de 17%, o que indica uma margem de crescimento.

Com a decisão de não ser candidato, Temer já escalou o presidente do conselho nacional do Sesi (Serviço Social da Indústria), João Henrique Almeida Sousa, e o marqueteiro Elsinho Mouco para a campanha presidencial de Meirelles.

O documento que será lançado é uma espécie de continuação do "Ponte para o Futuro", de outubro de 2015, criado às vésperas do impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

O texto de 2015 trazia uma análise conjuntural do país e estabelecia metas a serem cumpridas. Ele foi usado como base para o governo do presidente Michel Temer, que assumiu o comando do Palácio do Planalto em maio de 2016. Com informações da Folhapress.