O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, afirmou que a Corte irá manter o respeito ao Estado laico, independentemente de ter um ou mais magistrados evangélicos na sua composição. A declaração de Fux vem na esteira da aprovação do nome do ex-advogado-geral da União e pastor presbiteriano André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro para uma vaga no tribunal por ser “terrivelmente evangélico”. 

 “Ele (Mendonça) tem meritocracia para estar no Supremo e está ciente de que a Corte obedece à laicidade do Estado e não irá introjetar valores evangélicos extremos nas decisões”, disse Fux ao jornal O Estado de S. Paulo. Mendonça teve seu nome aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado no último dia 1 e a posse está marcada para o dia 16 deste mês. 

no Senado no último dia 1º para ocupar uma vaga no Supremo, onde permanecerá por quase três décadas. A indicação foi referendada por 47 votos a 32, após resistência do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que segurou a votação por meses. A posse do novo ministro está marcada para o próximo dia 16. 

“Quando (os ministros) assumem, se tornam juízes da Constituição e terão que zelar pela Constituição. A laicidade do Estado não permite que defendam apenas valores religiosos”, destacou o presidente da Corte. “Suponhamos que se nomeie mais dois ministros evangélicos: serão três. Aqui (nos EUA) também é assim, há os juízes republicanos e os democratas. No Brasil, os juízes evangélicos seriam minoria”, completou.  

Ainda segundo Fux, Mendonça “é muito ponderado, equilibrado, tem preocupação institucional e serenidade, muito importantes para o Supremo”, disse o ministro, que viu com bons olhos o fato de Mendonça ter dito durante sabatina no Senado: “na vida, a bíblia; no STF, a Constituição”.