CÂMARA DOS DEPUTADOS

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, participou na manhã desta sexta-feira (28) de sessão solene na Câmara dos Deputados em alusão ao Dia do Orgulho LGBT. Em discurso, ele defendeu que os direitos da comunidade são "constitucionais" e criticou quem "defende a família", mas ataca essa comunidade. 

"Se nós queremos construir um Brasil digno, em que possam ser criadas as condições econômicas e institucionais para que a prosperidade possa chegar a todos brasileiros, as pessoas LGBTs precisam ser colocadas nessa equação. Não há projeto de país, de desenvolvimento econômico e social, se alguns celebram a violência que acomete as pessoas LGBTs", iniciou o ministro. "Todo projeto de país deve cuidar das condições institucionais para que as pessoas vulneráveis, mais objetificadas pela violência no país, tenham proteção. É dever do Estado proteger a população LGBT", acrescentou.

Almeida criticou o discurso contra a comunidade e "a favor da família". "Muitas pessoas que vêm destilar seu ódio contra a população LGBT usam o argumento de defesa da família como se as pessoas LGBTs não tivessem família também. Agora, se de fato é uma preocupação desses senhores, porque geralmente são homens que fazem isso, quero também dizer a essas pessoas o seguinte: diante da violência que as pessoas LGBT estão submetidas, uma mãe e um pai que vivem com medo do seu filho não voltar para casa, que tem seu filho ou filha assassinada, essa pessoa não merece os cuidados do Estado? Essa família não merece ser tratada com dignidade, ser protegida? Portanto, quem realmente se preocupa com a família, defende as pessoas LGBTs", declarou.

Por fim, chamou a atenção para as reivindicações da comunidade. "As demandas da população LGBT são as demandas que são, inclusive, contempladas no texto constitucional. As pessoas querem uma vida digna, poder viver com decência, não ser o tempo todo vítimas da violência, inclusive do Estado. Elas querem ter direito à vida, que é direito fundamental, está previsto na Constituição, direito à saúde, moradia, trabalho, emprego e renda. Isso não tem nada de extravagante, o que se pede é aquilo que é direito constitucional", reforçou.