O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG) declarou na manhã desta segunda-feira (1/12) que seria um “entusiasta” de uma eventual candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao governo de Minas Gerais nas eleições de 2026.

“Rodrigo Pacheco é um amigo. Se ele for candidato ao governo de Minas, já deixei público que o apoiarei com todo o entusiasmo, até porque reconheço seu valor como homem público, alguém que prestou relevante serviço à sociedade na defesa da democracia e dos valores republicanos”, disse Silveira após um evento no Senado.

Apesar de ser ventilada a possibilidade de Pacheco disputar o governo mineiro, o segundo maior colégio eleitoral do país, o senador demonstra hesitação e considera deixar a vida pública. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o preteriu na escolha para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), optando pelo advogado-geral da União, Jorge Messias.

Pacheco sinaliza a interlocutores que não pretende disputar as eleições do ano que vem. Ainda assim, o senador diz que sua decisão final será tomada em breve, em conjunto com aliados no Senado e em Minas Gerais, em deferência às pessoas que o acompanharam na trajetória política.

Alexandre Silveira não comentou do suposto mal-estar provocado pela filiação do vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, ao PSD em outubro. Simões deixou o partido Novo, legenda pela qual se elegeu ao lado do governador Romeu Zema, opositor do governo Lula, para ingressar na sigla comandada por Gilberto Kassab.

Em relação a uma possível candidatura por Minas Gerais, Silveira já anunciou que ainda não decidiu se deixará o ministério em abril, prazo para quem pretende disputar as eleições de 2026. Segundo ele, a escolha dependerá de Lula, que definirá onde sua atuação será mais útil, seja permanecendo no ministério, concorrendo ao Senado ou ocupando outra função. 

Já sobre a crescente tensão entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, o ministro afirmou que Lula é um político experiente, capaz de dialogar e de escolher o momento adequado para se reunir com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O senador amapaense, entretanto, tem demonstrado irritação com o presidente em razão da indicação de Jorge Messias ao STF e dos desdobramentos que se seguiram.

Silveira também afirmou confiar no trabalho do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator do projeto de lei (PL) Antifacção. O Senado deve iniciar a análise da proposta nesta semana, após críticas do governo federal ao texto aprovado na Câmara. Entre os pontos contestados está a mudança nos critérios de distribuição dos recursos apreendidos do crime organizado, que, segundo Lula, reduziria a fatia destinada à Polícia Federal.