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O silêncio do procurador-geral da República, Augusto Aras, em relação aos ataques de Jair Bolsonaro às instituições tem servido para aumentar as pressões internas contra ele e podem, inclusive, prejudicar sua recondução ao posto. Mas subprocuradores ouvidos pelo Correio afirmam que essa postura excessivamente discreta não deve durar muito: depois da live presidencial da última quinta-feira, representações começaram a chegar ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente da República, o que vai gerar provocação ou à PGR ou à Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), pela qual Aras também responde.
Os subprocuradores avaliam que, quanto menos o procurador age, mais os outros Poderes se movimentam. No caso da PGE, Aras poderia decidir avaliar os pedidos, mas como o vice-procurador eleitoral, Paulo Gonet, tem autonomia, internamente se avalia que o procurador-geral deve deixar com Gonet a manifestação relativa a Bolsonaro. O vice-PGE é visto como um conservador, mas técnico e cioso das suas funções.
Com a expectativa de que, na reabertura dos trabalhos do Poder Judiciário, hoje, o presidente do STF, Luiz Fux, fará um duro discurso contra os reiterados ataques de Bolsonaro, a posição de Aras pode se tornar constrangedora. Sobretudo depois que, no mês passado, cinco integrantes do Conselho Superior do Ministério Público Federal assinaram uma representação interna pedindo que ele abra investigação para apurar os ataques de Bolsonaro ao sistema de votação. O grupo teve apoio de mais 30 subprocuradores.
Para piorar, na semana passada, o ministro Gilmar Mendes, do STF, determinou que a PGR se manifeste sobre os pedidos de investigação contra o ministro da Defesa, general Braga Netto, que teria avisado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que não haverá eleições de 2022 se o Congresso não aprovar a proposta de emenda constitucional para a adoção do voto impresso.
No começo do mês, já havia um grande descontentamento na PGR pela falta de ação de Aras depois que Bolsonaro ameaçou a realização de eleições — tal como voltou a fazer ontem (leia mais na página 5). Os subprocuradores avaliam que é preciso haver alguma manifestação, sobretudo, para não dar a entender que existe um atrelamento da instituição à Presidência da República.
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O silêncio do procurador-geral da República, Augusto Aras, em relação aos ataques de Jair Bolsonaro às instituições tem servido para aumentar as pressões internas contra ele e podem, inclusive, prejudicar sua recondução ao posto. Mas subprocuradores ouvidos pelo Correio afirmam que essa postura excessivamente discreta não deve durar muito: depois da live presidencial da última quinta-feira, representações começaram a chegar ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente da República, o que vai gerar provocação ou à PGR ou à Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), pela qual Aras também responde.
Os subprocuradores avaliam que, quanto menos o procurador age, mais os outros Poderes se movimentam. No caso da PGE, Aras poderia decidir avaliar os pedidos, mas como o vice-procurador eleitoral, Paulo Gonet, tem autonomia, internamente se avalia que o procurador-geral deve deixar com Gonet a manifestação relativa a Bolsonaro. O vice-PGE é visto como um conservador, mas técnico e cioso das suas funções.
Com a expectativa de que, na reabertura dos trabalhos do Poder Judiciário, hoje, o presidente do STF, Luiz Fux, fará um duro discurso contra os reiterados ataques de Bolsonaro, a posição de Aras pode se tornar constrangedora. Sobretudo depois que, no mês passado, cinco integrantes do Conselho Superior do Ministério Público Federal assinaram uma representação interna pedindo que ele abra investigação para apurar os ataques de Bolsonaro ao sistema de votação. O grupo teve apoio de mais 30 subprocuradores.
Para piorar, na semana passada, o ministro Gilmar Mendes, do STF, determinou que a PGR se manifeste sobre os pedidos de investigação contra o ministro da Defesa, general Braga Netto, que teria avisado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que não haverá eleições de 2022 se o Congresso não aprovar a proposta de emenda constitucional para a adoção do voto impresso.
No começo do mês, já havia um grande descontentamento na PGR pela falta de ação de Aras depois que Bolsonaro ameaçou a realização de eleições — tal como voltou a fazer ontem (leia mais na página 5). Os subprocuradores avaliam que é preciso haver alguma manifestação, sobretudo, para não dar a entender que existe um atrelamento da instituição à Presidência da República.