Ativistas pró-Palestina estão preocupados com a assinatura de um compromisso, por parte do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, em que a cidade adere à definição de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA, na sigla em inglês), que já foi usada em países que adotam o conceito como ferramenta política para silenciar críticos do regime de Israel, segundo a Human Rights Watch, uma ONG de defesa dos direitos humanos.

A Prefeitura defendeu a assinatura do compromisso como uma forma de combater o antissemitismo, assim como entidades sionistas, por exemplo, a Conib, que vem alertando para um aumento acentuado de denúncias. Ao mesmo tempo, o genocídio do povo palestino na Faixa de Gaza, onde Israel diz estar combatendo o Hamas, despertou uma onda de críticas ao sionismo e protestos pedindo o fim do Estado de Israel. Nesse contexto, a extrema direita defende que o antissionismo seja equiparado ao antissemitismo.

De acordo com a definição de trabalho da IHRA, "antissemitismo é uma certa percepção dos judeus, que pode se manifestar como ódio contra os judeus. Manifestações retóricas e físicas de antissemitismo são direcionadas a indivíduos judeus ou não judeus e/ou sua propriedade, instituições comunitárias judaicas e instalações religiosas."

A definição da IHRA foi usada em universidades do Reino Unido para censurar várias atividades planejadas para a "Semana do Apartheid de Israel" em 2017, citando a mesma definição adotada por São Paulo, segundo a Human Rights Watch.

A próxima grande capital brasileira a assumir o compromisso com a definição da IHRA deve ser o Rio de Janeiro.

Fonte: Brasil247