A Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) enviou um resumo de suas descobertas relacionadas à 13ª Vara Federal de Curitiba, onde ocorreu a notória Operação Lava-Jato, aos conselheiros do CNJ. O relatório lança dúvidas sobre a conduta dos magistrados envolvidos, incluindo o ex-juiz Sergio Moro, ao destacar a falta de clareza na gestão financeira dos recursos provenientes de delações e ações da força-tarefa, segundo reportagem do jornalista Robson Bonin, na revista Veja. Estima-se que os desvios possam somar cerca de R$ 2,5 bilhões.

O cerne da investigação aponta para uma administração financeira tumultuada dos valores resultantes de acordos de colaboração e leniência, homologados pelo tribunal de Curitiba. Segundo o documento, os magistrados que atuaram durante a Operação Lava-Jato agiram de forma imprudente, ignorando deveres básicos de transparência, imparcialidade e prudência. Eles permitiram a transferência de recursos e bens apreendidos para a Petrobras e outras empresas antes mesmo do término dos processos, prejudicando assim os interesses de entidades privadas.

Além disso, a investigação menciona uma possível negociação obscura entre a força-tarefa da Lava-Jato e a Petrobras, intermediada pelo então juiz Sergio Moro, com o objetivo de criar a Fundação Lava-Jato, que receberia uma quantia substancial de dinheiro da companhia petrolífera. Os investigadores alegam que uma quantia semelhante foi destinada à estatal pela Lava-Jato de maneira irregular entre 2015 e 2018.

As irregularidades descobertas pela CNJ levantam sérias preocupações sobre a ética e a gestão financeira dos envolvidos na Operação Lava-Jato, ressaltando a importância da transparência e da responsabilidade na administração de recursos públicos em processos judiciais.