Após leve onda de otimismo no início no ano, cresceu a rejeição dos brasileiros ao Congresso Nacional. A conclusão é do mais recente levantamento do Datafolha, feito entre 4 e 5 de julho, antes da votação da reforma da Previdência.
Em abril, 22% dos entrevistados avaliavam o desempenho dos senadores e deputados como ótimo ou bom -maior patamar já aferido em início de legislatura pelo instituto (que fez pesquisas semelhantes em 2007 e 2015). Agora, são 16%.
Outros 38% acham o Congresso ruim ou péssimo. Em abril, eram 32%. Por fim, 42% consideram o Congresso regular (41% há três meses). Quatro por cento não souberam responder.
O levantamento ouviu 2.860 pessoas com mais de 16 anos, em 130 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é 95%.
Os números mostram que, quanto maior a escolaridade, maior é insatisfação com os congressistas. Avaliam o Congresso como ruim ou péssimo 32% dos entrevistados com ensino fundamental. Entre os que têm o superior, o índice é de 47%.
Também estão mais insatisfeitos os habitantes das grandes cidades: 43% dos moradores de municípios com mais de 500 mil habitantes consideram ruim o desempenho do Legislativo federal, contra 33% dos que moram nas de até 50 mil habitantes.
Outro ponto de destaque é o cruzamento da opinião sobre o Congresso com a avaliação do governo de Jair Bolsonaro (PSL). Vinte e seis por cento dos que aprovam o presidente consideram o desempenho dos parlamentares ótimo ou bom. Dos que avaliam o governo como ruim, só 10% aprovam os deputados e senadores.
Como mostrou o Datafolha, 33% dos brasileiros acham que o presidente faz um trabalho ótimo ou bom -índice semelhante ao aferido em abril, 32%. Outros 31% acham regular, e 33%, ruim ou péssimo.
Com isso, Bolsonaro se mantém como o presidente em primeiro mandato com a pior avaliação aos seis meses de governo desde Fernando Collor de Mello, em 1990.
Entre as instituições avaliadas pelo Datafolha, o Congresso é a segunda em que os brasileiros menos confiam. Os que dizem confiar muito no Legislativo federal são 7%, e os que confiam um pouco, 46% -ante 8% e 49% em abril.
A desconfiança nos partidos políticos é maior. Apenas 4% dos entrevistados dizem confiar muito nas siglas, e 36%, um pouco. Os que não confiam são 58%.