O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou a questão da exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas durante sua viagem ao Japão para participar do G7, indicando que poderá apoiar a ala do governo a aceitar a autorização dessa exploração, mesmo contrariando a posição da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, informa o Estadão.

O Ibama expressou sua oposição à proposta da estatal e afirmou que irá continuar o parecer. Lula enfatizou que, caso sejam identificados riscos reais para a Amazônia, a exploração será vetada, mas afirmou que a distância de 530 milhas entre a área de exploração e a região amazônica, aparentemente, não representa risco. 

“Se extrair petróleo na Foz do Amazonas, que é a 530 quilômetros, em alto mar, se explorar esse petróleo tiver problema para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque é a 530 quilômetros de distância da Amazônia, sabe?”, disse o presidente.

A disputa tem sido mediada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, mas Lula afirmou que assumirá a questão ao retornar ao Brasil. A região da foz do Amazonas é conhecida como "novo pré-sal" e tem o apoio de políticos locais, como o líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues. No entanto, o Ibama, com respaldo de Marina Silva, decidiu barrar o pedido da Petrobras, citando inconsistências e a sensibilidade socioambiental da área, além da necessidade de estimativas mais aprofundadas.

Apesar de dar sinais contrários aos ambientalistas, Lula reafirmou o compromisso de seu governo com a sustentabilidade e a meta de desmatamento zero na Amazônia até 2030. Durante a cúpula do G7, o presidente destacou a importância do Brasil no cenário internacional e sua disposição em ajudar o mundo a cumprir as metas de combate às mudanças climáticas.