Um dos porta-vozes do presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), o deputado Júnior Bozzella (PSL-SP) afirma que o partido passará por um processo de “depuração”. Parlamentares que, segundo ele, só querem o dinheiro da legenda serão punidos, seja com expulsão ou outro tipo de sanção. “Essa ala xiita e folclórica vai ter de ser depurada pelo partido em algum momento. O PSL tem de ser um partido de respeito. Nós, em ampla maioria, vamos depurar e mostrar para a sociedade quem é essa minoria”, disse ao Congresso em Foco.
 
Diferentemente de outros parlamentares de seu grupo no PSL, Bozzella evita relacionar as buscas e apreensões feitas pela Polícia Federal em endereços de Bivar, em Pernambuco, à crise interna do partido. Mas cobra que haja rigor semelhante em relação a casos de corrupção como o do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), e o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente.


“É um episódio que se correlaciona com aquilo que a gente já vem acompanhando pelas mídias, o caso do laranjal, que não tem nada a ver com a atual gestão. O próprio presidente Bolsonaro não se manifestou publicamente sobre o assunto do laranjal. Aliás, até pediu calma em relação às investigações contra o seu filho”, ressaltou.

Para Bozzella, a ala pró-Bolsonaro faz ataques aos demais integrantes do partido com o objetivo de conseguir uma justa causa para “não saírem com uma mão na frente e outra atrás”. “A ideia deles era controlar todo o patrimônio político e financeiro do partido. Como estão encontrando resistência, criaram esse desgaste para o Bivar de forma irresponsável. Ninguém daqui fez algo similar perto do que eles fazem nas redes sociais. É a prova de que o único objetivo deles é o poder financeiro do partido”, considerou.

O deputado paulista evita falar em expulsões, alegando que os casos de agressão serão resolvidos individualmente pelos advogados do partido. “Não queremos nenhuma laranja podre trabalhando contra a maioria. É preciso distinguir os normais, os equilibrados, dos folclóricos. Talvez pela falta de experiencia e estratégia política eles estão se utilizando dessa prática. É preciso que haja consequências. Quando você tem um partido não pode imaginar que possa se servir dele e cuspir nele depois”, criticou.