SEGUNDO TURNO EM BH

A 10 dias do segundo turno em Belo Horizonte, o PSB, tanto em âmbito municipal quanto estadual, ainda não declarou seu apoio nas eleições. No primeiro turno, o partido estava coligado ao MDB, que lançou Gabriel Azevedo como candidato à prefeitura, com Paulo Brant, presidente municipal do PSB, como vice. Após a chapa terminar o pleito em quarto lugar, com 133.728 votos, as atenções se voltaram para qual candidato - Bruno Engler (PL) ou Fuad Noman (PSD) - Paulo Brant e o PSB apoiaria. Mas a situação segue indefinida.

Conforme apurou a reportagem, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, teria descartado o apoio ao candidato do PL, apesar de a hipótese estar sendo ventilada municipalmente. Segundo interlocutores ligados ao PSB, o presidente garantiu que o partido vai se alinhar a Fuad Noman, que já conta com o apoio das siglas de esquerda: PT, PSOL e PDT. A orientação do partido em âmbito nacional é de seguir no campo da esquerda e centro-esquerda, o que torna até mesmo a opção pela neutralidade inviável diante de um cenário que envolve um candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Tanto internamente no partido quanto à imprensa, os presidentes municipal e estadual, respectivamente, Paulo Brant e Noraldino Júnior, não declararam seu apoio. À coluna, o presidente municipal disse que está “completamente alinhado” com o seu antigo colega de chapa Gabriel Azevedo. Já Gabriel, que também é presidente municipal do MDB, ainda não se pronunciou sobre seu apoio. Noraldino foi contatado pela reportagem e não respondeu.

Interlocutores do partido mostraram insatisfação com a demora na divulgação da decisão do PSB. Segundo pessoas ligadas à sigla, o atraso poderia beneficiar Gabriel e Brant, que poderiam fortalecer sua posição ao negociar apoio com qualquer um dos lados. 

Alguns dirigentes do partido expuseram à reportagem seu apoio à Fuad. A secretária estadual de mulheres do PSB, Laura Costa, disse que “Bruno Engler é a expressão do bolsonarismo e do radicalismo que devemos combater”. “O apoio ao Fuad representa não apenas um apoio político, mas essencialmente uma defesa da nossa democracia. Votar Fuad nesse segundo turno é garantir que haverá espaço para o diálogo, para a luta pela diversidade e pelas minorias em BH. Afinal, diante do preconceito da extrema direita, não há espaço para isso. Portanto, precisamos ter coragem de nos posicionar pelos valores que acreditamos”, finalizou.

Já o dirigente municipal Giovanni Dias disse que “está fora de cogitação apoiar um partido de extrema-direita”. “Dos membros da direção que eu consegui conversar, ninguém tem dúvida do caminho a seguir”, afirmou.