O Ministério Público de Minas Gerais vai iniciar, ainda neste mês, o treinamento de promotores eleitorais que vão atuar em todo o Estado durante o próximo pleito municipal. Além do combate ao abuso de poder político e econômico durante as eleições, o procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Junior, avalia que a equipe em formação terá pela frente o desafio de detectar e combater a disseminação de notícias falsas e das deepfakes, instrumento que ameaça o processo eleitoral por usar inteligência artificial para clonar vozes e adulterar fotos e vídeos.

“As fake news têm o poder de desvirtuar uma eleição. Esse é o ponto central do treinamento que os promotores vão ter”, explicou o chefe do MPMG, durante café com jornalistas, nesta segunda-feira (20). 

Para fechar o cerco contra candidatos e grupos ligados a políticos que produzem e disseminam notícias falsas, o procurador-geral explica que os promotores contarão com suporte de equipamentos avançados e pessoal especializado em tecnologia da informação e crimes cibernéticos. 

Além disso, os promotores devem se ancorar na legislação vigente e na resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que proibiu, em março, o uso de inteligência artificial para criar e propagar conteúdo falso durante as eleições. 

“O TSE já deu o recado e mostrou que isso gera a cassação de candidaturas e de mandatos. Então quem quiser caminhar por esse lado (da divulgação de fake news) vai correr um risco muito grande”, alerta Jarbas Soares Junior.