A declaração do deputado federal Edurado Bolsonaro (PSL-SP) sobre responder a uma hipotética "radicalização da esquerda" com um "novo AI-5" gerou repercussão imediata no meio político. O filho do presidente da República foi criticado por deputados de diferentes partidos. 


O PSol anunciou que entrará no do Supremo Tribunal Federal (STF) e no Conselho de Ética da Câmara pedindo a cassação do mandato de Eduardo."Ao fazer apologia de um novo AI-5, Eduardo Bolsonaro está defendendo o fechamento do Congresso Nacional e a perseguição, tortura e extermínio de opositores. Cada vez mais a família do presidente da República ameaça criminosamente as instituições democráticas", afirmou o deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ). 

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, manifestou preocupação com a democracia brasileira. "A toada não é democrática-republicana. Os ventos, pouco a pouco, estão levando embora os ares democráticos", afirmou ao jornal Folha de S. Paulo.


Veja abaixo outras reações
 
"Uma Nação só é forte quando suas instituições são fortes. O Brasil é um Estado Democrático de Direito e retornou à normalidade institucional desde 15 de março de 1985, quando a ditadura militar foi encerrada com a posse de um governo civil. Eduardo Bolsonaro, que exerce o mandato de deputado federal para o qual foi eleito pelo povo de São Paulo, ao tomar posse jurou respeitar a Constituição de 1988. Foi essa Constituição, a mais longeva Carta Magna brasileira, que fez o país reencontrar sua normalidade institucional e democrática"

Deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados


"Agora fica claro que isso é tudo que essa gente sempre quis. Começou com a radicalização do discurso, com o ataque desenfreado a qualquer um que guarde os princípios democráticos e defenda as liberdades, seguiu para interferência em outros poderes e com a construção da narrativa de que é preciso fazer qualquer coisa para o inimigo não tomar o poder, até mesmo um golpe."

Deputada Joice Hasselmann (PSL-PR)


"É o Brasil com AI-5 em pleno 2019 que Bolsonaro quer vender para o mundo e investidores? Um país com censura prévia, perseguição às liberdades individuais e mortes pelo Estado? É irresponsável, leviano! Essa família no poder é um erro grave na História do país."

Deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ)


"Preferem a coerção ao livre debate de ideias. Escolhem a intolerância ao diálogo. Ameaçar a democracia é jogar o Brasil novamente nas trevas. O PSDB nasceu na luta pela volta da democracia no Brasil e condena de maneira veemente as declarações do filho do presidente da República"

Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB


"Eduardo Bolsonaro é um moleque sem credibilidade. Cabe aos comandantes das Forças Armadas e ao Ministro da Defesa virem a público para desautorizar esse escroque"

Guilherme Boulos, candidato à Presidência em 2018 pelo PSol


''Depois de defender a volta da ditadura em Plenário, Eduardo Bolsonaro diz, em vídeo, que se a esquerda radicalizar, terão que responder com novo AI-5 e outras arbitrariedades. A fala é mais um atentado à democracia. O autoritarismo do clã Bolsonaro precisa ser freado Urgente!''

Deputada Erika Kokay (PT-DF)


''Ao fazer apologia de um novo AI-5, Eduardo Bolsonaro está defendendo o fechamento do Congresso Nacional e a perseguição, tortura e extermínio de opositores. Cada vez mais a família do presidente da República ameaça criminosamente as instituições democráticas.''

Deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ)


"Em menos de uma semana, Eduardo Bolsonaro volta a defender regime de exceção e ameaça a esquerda. MP/STF precisam tomar providências e não vamos nos intimidar, continuaremos denunciando o desmonte e abusos. A população precisa saber o que vocês estão fazendo."

Deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT


''A defesa intransigente da democracia está no DNA do Democratas. Condenamos e combateremos qualquer tentativa de ameaça à liberdade política e ao pleno funcionamento das instituições do nosso país. As declarações do deputado Eduardo Bolsonaro são uma inaceitável afronta à democracia. Nesse momento o país precisa de equilíbrio e responsabilidade, não de ameaças e radicalizações como as defendidas pelo parlamentar."

Antonio Carlos Magalhães Neto, presidente Nacional do Democratas


''Absolutamente desconectado dos fatos e realidade. De forma que acho que ela (a manifestação) é irrelevante pelo conteúdo e por quem explicita o conteúdo"

Senador Esperidião Amin (PP-SC), líder do bloco que reúne MDB, PP e Republicanos.


“Somente nesta semana Eduardo Bolsonaro flertou com a volta da ditadura duas vezes ao defender um novo AI-5 e o ataque duro da polícia contra manifestantes. Os que pensam que vão passar por cima da Constituição, do Parlamento, do Judiciário e das forças democráticas deste país estão muito enganados” 

Deputado Rubens Bueno, vice-presidente do Cidadania 


“Estarrecedor e inaceitavável. Qualquer um que tenha vivido, ou tenha conhecimento mínimo, do que foram os atos institucionais, em especial o AI 5, não pode aceitar uma declaração como esta, não importa se de filho de presidente da República ou não, mas, especialmente de um integrante do Congresso Nacional, de quem se espera o cumprimento do juramento constitucional, feito no momento da posse, de defender a democracia e respeitar a Constituição brasileira. As crises da democracia somente podem ser resolvidas no bojo da própria democracia.”

Senadora Simone Tebet (MDB-MS)