Brasília - A articulação do governo Bolsonaro para transformar a prisão do italiano Cesare Battisti num show midiático terminou com um avião vazio; foi um fiasco. Foi enviado à Bolívia um avião da Polícia Federal para trazer Batistti como "troféu" do bolsonarismo. A ideia era articular uma bombástica apresentação do "terrorista" para para agitar o fantasma do terrorismo, acusar o PT, os movimentos sociais e toda a esquerda, e criar um clima de terror.
O que acabou com a festa de tintas macabras do governo de extrema-direita foi a postura altiva e corajosa do presidente boliviano, Evo Morales, que se recusou a negociar com o governo brasileiro e estabeleceu uma linha direta com o governo italiano. Neste momento, noite de domingo, o avião da PF está estacionado em algum hangar em Brasília, enquanto o avião a serviço do governo italiano está a caminho do aeroporto de Ciampino, em Roma, desde o aeroporto de Viru Viru em Santa Cruz de la Sierra.
A cúpula do governo movimentou-se desde logo cedo em frenesi para arrancar seu "troféu" das mãos dos bolivianos. Logo cedo, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, sai de uma reunião com Bolsonaro e outros membros da cúpula do governo no Palácio da Alvorada e garantiu que antes de seguir para a Itália, Batistti viria ao Brasil, em avião da Polícia Federal. Morales enterrou com a pretensão bolsonarista.