Lançada como trunfo eleitoral, candidatura da ex-presidente teria servido para derrubar a campanha de Pimentel; no PSDB Aécio Neves foi a bigorna

FOTO: DILMA ROUSSEFF

Nos círculos próximos ao ex-governador Pimentel, a derrota fragorosa do PT em Minas está sendo atribuída principalmente à rejeição do eleitorado a Dilma Rousseff, que disputou o Senado. Lançada por Lula para ser um trunfo eleitoral e apoiar a reeleição de Pimentel, a candidatura da ex-presidente teria surtido efeito oposto, segundo avaliações petistas, puxando para baixo a campanha e servindo para tirar o partido do segundo turno.

Dilma largou à frente dos seus concorrentes, na liderança isolada em todas as pesquisas. Ela manteve mais de 20% das preferências e chegou a obter o dobro das intenções de voto do segundo colocado. Sua eleição pareceu garantida até a reta final da campanha, quando passou a cair. Acabou em terceiro e sem mandato. Os ataques dos adversários que a escolheram para alvo principal (quase todos) certamente pesaram no voto do eleitor. Mas, não poucos petistas consideram que a própria Dilma deu pilha para a desconstrução da sua imagem e do partido ao fazer uma campanha “raivosa” e “arrogante”.

Derrotas eleitorais costumam ter múltiplas causas. No caso do PT mineiro, duas inquestionáveis são a impopularidade do governo Pimentel em função da crise financeira do Estado e o desgaste da legenda com o envolvimento de membros em casos de corrupção. A avaliação feita agora por petistas é que o fator Dilma Rousseff seria mais uma causa. E talvez a mais forte. Acham que a queda de Dilma na reta final arrastou junto Pimentel. Impossível comprovar esse ‘efeito bigorna’. Seja como for, jogar o peso nas costas da ex-presidente alivia os ombros do ex-governador.

MESMO CASO

No lado tucano também se atribui a uma liderança nacional, Aécio Neves, e ao desgaste da legenda a derrota eleitoral em Minas. Anastasia liderou as pesquisas o tempo todo; parecia imbatível até levar uma surra do novato Romeu Zema no 2º turno. A interlocutores Anastasia vem dizendo que não se sente perdedor; acha que foi derrotado pela rejeição do eleitor ao partido e principalmente a Aécio.