O empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro no Senado e um dos principais líderes da campanha de Jair Bolsonaro à Presidência em 2018, garantiu a interlocutores que tem provas para comprovar as acusações de que o filho do presidente foi informado previamente por um delegado da Polícia Federal que o seu então assessor, Fabrício Queiroz, seria alvo de uma operação. A operação foi postergada para favorecer a candidatura de Jair Bolsonaro em 2018. A revelação foi feita por Marinho em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, publicada na Folha de S. Paulo. Segundo ele, Flávio disse que soube com antecedência que a Operação Furna da Onça, que atingiu Queiroz, seria deflagrada: "Foi avisado da existência dela entre o primeiro e o segundo turnos das eleições, por um delegado da Polícia Federal que era simpatizante da candidatura de Jair Bolsonaro.

Mais: os policiais teriam segurado a operação, então sigilosa, para que ela não ocorresse no meio do segundo turno, prejudicando assim a candidatura de Bolsonaro. O delegado-informante teria aconselhado ainda Flávio a demitir Fabrício Queiroz e a filha dele, que trabalhava no gabinete de deputado federal de Jair Bolsonaro em Brasília. Os dois, de fato, foram exonerados naquele período —mais precisamente, no dia 15 de outubro de 2018".Segundo a jornalista Bela Megale, em O Globo, “a pessoas próximas, Marinho relatou que, se for chamado para depor em uma eventual investigação, ‘apresentará provas mostrando que falou a verdade’”. A PF já afirmou que vai abrir uma investigação sobre o caso, depois de ter engavetado o assunto em 2019, no auge do poder de Bolsonaro.