Rede Brasil Atual - O pedido dos procuradores da Lava Jato à Justiça, para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passe a cumprir pena em regime semiaberto, carrega “a marca da suspeição”. A mesma suspeição que marcou todo o processo que levou à condenação em segunda instância do ex-presidente no caso do tríplex do Guarujá, pela qual está preso na superintendência da Polícia Federal no Paraná desde 7 de abril de 2018. A avaliação é do deputado federal Patrus Ananias (PT-MG).

“Um processo abusivo, com pressa e desatenção a princípios constitucionais, sem fatos e sem provas, baseado em delações apesar dos interesses e ideologias das pessoas envolvidas, como juiz e promotores, que também têm sua visão de mundo, e não em razões jurídicas, fizeram de Lula um preso político”, destacou o parlamentar, que foi professor de direito processual por mais de 30 anos.


Ele lembrou que a divulgação de conversas entregues ao jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil – a Vaza Jato –, que tem afetado inclusive ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), levou a corte a reagir, trazendo efeitos também sobre os procuradores da Lava Jato, a operação como um todo e o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro.

Segundo o ministro Gilmar Mendes, até novembro o STF deverá retomar o julgamento da suspeição de Moro, pedida pelos advogados de Lula. Em dezembro, o ministro e relator Luiz Edson Fachin, e a ministra Cármen Lúcia, votaram contra o pedido.

“É cada vez mais evidente que o ex-presidente foi vítima de um processo para tirá-lo da disputa política em 2018, quando era favorito à Presidência da República. E também para atirá-lo no esquecimento. Mas agora não sabem o que fazer com Lula. O processo no mínimo equivocado o transformou em preso político. Achavam que Lula ia cair no esquecimento, mas sua interlocução nacional e internacional continuou”.