O jornal O Globo usou seu editorial publicado nesta sexta-feira (17) para atacar Janja, após a primeira-dama pedir cessar-fogo em Gaza durante o evento “Todos Pela Paz na Palestina”, em Istambul, através de um vídeo transmitido durante o seminário. O convite foi feito pela primeira-dama da Turquia, Emine Erdogan.

“Jamais imaginei que depois da 2ª Guerra Mundial e de todos os seus horrores, nós teríamos que assistir a um massacre de bebês, de crianças e jovens”, disse Janja. Segundo a primeira-dama, é “inadmissível” e “intolerável” que os “mais vulneráveis” não consigam ser protegidos. (vídeo abaixo).

O folhetim não mediu adjetivos para condenar a ação de paz da primeira-dama. “Seria uma temeridade a primeira-dama, Janja Lula da Silva, assinar o documento emitido depois do encontro “Unidos pela paz na Palestina”.

O editorial dos Marinho ainda diz que “o vídeo de Janja, depois publicado nas redes sociais, já se revela inadequado” e destaca que ela faz “um paralelo sem cabimento entre as ações de Israel e a barbárie nazista na Segunda Guerra”. 

Em um tom machista, o jornal ainda indica o papel que Janja deve cumprir: “Janja tem se destacado positivamente em algumas áreas. Mas precisam ter cautela para não interferir em princípios e interesses diplomáticos de suas nações. Janja deveria saber disso”.

 

Janja Lula Silva
 
@JanjaLula
 
Ontem (15) foi realizado em Istambul o evento “Todos Pela Paz na Palestina”, o qual fui convidada pela primeira-dama da Turquia, Emine Erdogan, e que reuniu cônjuges de chefes de Estado de diversos países. Como não pude estar presencialmente, enviei minha mensagem por vídeo e compartilho aqui com vocês. Durante minha mensagem reforcei o quanto acredito que nós, cônjuges de chefes de Estado, podemos e devemos usar nossa visibilidade para amplificar os diálogos pela paz. Afinal, somos nós, as mulheres, juntamente com as crianças, as principais vítimas das guerras.
 
Os homens que lideram e apoiam essa guerra precisam entender que o diálogo precisa prevalecer sobre as armas, e que mesmo a guerra e o direito à defesa têm regras e limites. E nós estamos aqui para falar isso em alto e bom som: parem de matar crianças! Não podemos mais falhar como humanidade. Não podemos nos calar diante de tudo o que estamos vivendo. Convido a se unirem nesse chamado global pela paz e por uma ação das instituições internacionais por um cessar-fogo imediato e pelo fim desse conflito. Seguiremos juntas caminhando por um mundo justo e em paz, onde todas as vidas importam!