O senador Rodrigo Pacheco disse nesta quinta-feira (13) que, se decidir por uma pré-candidatura ao governo de Minas Gerais, deixará o PSD. O parlamentar é o nome predileto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a sucessão de Romeu Zema (Novo), mas ainda não bateu o martelo sobre entrar ou não na disputa. O plano de Pacheco é resolver a questão ainda neste ano.

“A opção do PSD nacional foi ter uma aderência ao projeto do governo Zema. Isso não me incomoda. É uma opção feita pelo partido. E, óbvio, se minha decisão for continuar na política e ser candidato ao governo, não será pelo PSD”, disse.

Pacheco é, momentaneamente, correligionário do vice-governador Mateus Simões, que deixou o Novo rumo aos quadros pessedistas no fim de outubro. Simões é pré-candidato ao Palácio Tiradentes. Portanto, se o senador decidisse concorrer ao Executivo estadual pela legenda, teria de disputar a indicação com o vice de Zema.  

Ao comentar a ideia de bater o martelo sobre a pré-candidatura ainda neste ano, Pacheco afirmou tratar-se de um “prazo razoável”. Ele considera importante que 2026 já comece com definições sobre a corrida eleitoral.

“O estado precisa ter alternativas de nomes. Os partidos precisam se organizar. Eu acho que é o momento, sim (a definição sobre uma pré-candidatura ainda neste ano)”, apontou.

Como O Fator já mostrou, Pacheco recebeu sondagens de partidos como MDB, PSB e União Brasil. Posteriormente, os emedebistas lançaram a pré-candidatura do ex-vereador Gabriel Azevedo. Já o União, cabe frisar, forma uma federação com o PP, que negocia para ter Marcelo Aro como concorrente ao Senado Federal na chapa de Simões.

Segundo o ex-presidente do Congresso Nacional, uma eventual migração partidária será precedida por uma “ampla” reflexão.

“Minha reflexão, desde que eu saí da Presidência do Senado, é sobre a continuidade na política, ou não. Se eu disputarei eleições, ou não. Essa decisão que eu preciso tomar. E ela é mais importante que a questão partidária”, explicou.

STF ainda na mira

Apesar de cortejado para pleitear o poder Executivo mineiro, Pacheco tem como plano A a indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF), em substituição ao ministro Luis Roberto Barroso. O favorito, contudo, é o advogado-geral da União, Jorge Messias.

Um ministro da Corte ouvido pela reportagem nesta semana relatou que o tribunal aguarda a definição de Lula e que, até o momento, o presidente não deu indicativos aos integrantes do STF de que irá mudar de ideia quanto à indicação de Messias. 

O mesmo magistrado, contudo, ressaltou que o nome de Pacheco continua sendo o preferido pela maioria dos membros do tribunal, e que na política “tudo pode mudar”. Os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, por exemplo, já expressaram publicamente a preferência pelo parlamentar.

Outras opções

No PT, a indecisão de Pacheco já provoca movimentos. Recentemente, a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PR), consultou Marília Campos, colega de partido e prefeita de Contagem, sobre uma hipotética disposição de disputar o governo.

Marília, contudo, sinalizou que, se estiver em campo no jogo eleitoral do ano que vem, pleiteará o Senado. Na visão dela, Pacheco, por ter um perfil mais ao centro no espectro político, é o nome mais adequado para liderar a coalizão de Lula no estado, já que os cofres públicos enfrentam uma crise fiscal.

Há ainda uma ala do PT que defende uma aproximação a Alexandre Kalil (PDT), ex-prefeito de Belo Horizonte, como eventual opção a Pacheco.