O presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou à Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (9) que não moverá "um milímetro" para atrapalhar ou impedir o bom funcionamento da CPI da pandemia, instalada a partir de determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que causou irritação em Jair Bolsonaro.

"Uma vez instalada, vou permitir todas as condições que funcione bem e chegue as conclusões necessárias. Aliás, é muito importante que ela cumpra sua finalidade na apuração de responsabilidades"​, disse o senador. A instalação da CPI, segundo ele, deve ocorrer "na primeira sessão do Senado, que deve ser terça-feira (13)".

O presidente do Senado reconheceu a legitimidade da CPI, mas argumentou que este não é o melhor momento para se realizar a investigação. "É um direito da minoria, não há dúvidas, mas há também por parte da presidência [do Senado] um juízo de oportunidade e conveniência neste momento do país e do Senado. No momento, de excepcionalidade, em que não funcionam os órgãos do Senado, uma CPI também em tese não poderia funcionar. Mas diante da decisão do STF nós leremos o requerimento. E agora vou fazer todo o esforço para que tenha funcionamento pleno, com a garantia de saúde àqueles que participem e que consiga atingir seus resultados'.


Pacheco ainda afirmou que Bolsonaro "não contribui" com o combate à pandemia com sua postura negacionista. "Para bom entendedor, um pingo é letra. Quando ele [Bolsonaro] prega qualquer tipo de negacionismo, eu vou criticar o negacionismo e consequentemente estou criticando a fala dele".