PREÇO DA DERROTA

Dos dez candidatos que mais investiram recursos próprios na campanha eleitoral deste ano em Minas Gerais, nove não conseguiram ser eleitos, de acordo com levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um deles chegou a destinar quase meio milhão à campanha, mas foi derrotado nas urnas. Dinis Pinheiro (Republicanos), que se candidatou a prefeito de Ibirité, na região metropolitana de BH, foi o único a ser eleito. Ele aplicou R$ 260 mil para concorrer ao cargo de chefe do Executivo. O prazo para prestação de contas dos candidatos no primeiro turno junto à Justiça Eleitoral encerrou no último dia 5 de novembro.

Liderando a lista do TSE, Olavo Condé (PSDB), candidato a prefeito de Paracatu, destinou R$ 416 mil à sua própria campanha eleitoral. Apesar do investimento, ele ficou em segundo lugar na corrida eleitoral, com 14,59% dos votos válidos.

O ex-prefeito de Montes Claros Ruy Muniz (PSB) disputou o pleito usando R$ 382 mil de recursos próprios. Na contagem final, foi o segundo candidato mais votado. Entretanto, mesmo que tivesse ficado em primeiro, não poderia assumir o cargo. A candidatura dele foi indeferida pela Justiça Eleitoral por inelegibilidade, e os votos recebidos foram anulados.

O segundo colocado na corrida eleitoral para prefeito em Ibirité também está entre os que mais investiram do próprio bolso. Chande Bernadão (PSD) gastou R$ 333.373,90 e obteve 19,52% dos votos, enquanto Dinis Pinheiro saiu na frente com 73,15%.

O deputado estadual Leonídio Bouças (PSDB) também aparece entre os candidatos mineiros que mais abriram o bolso nas respectivas campanhas. Postulante a prefeito em Uberlândia, aplicou R$ 281.257,81 durante o período eleitoral. Ele ficou na terceira colocação, com 22,78% dos votos. 

Vania da Feltran (Progressistas) é a única candidata a vereadora que está na lista. Ela disputou o pleito em Borda da Mata. Com 52 votos, acabou como suplente para assumir uma cadeira na Câmara dos Vereadores na cidade do Sul de Minas. Ela desembolsou R$ 235.930 para a própria campanha, conforme o balanço divulgado pelo TSE.

Os então candidatos a prefeito Renato do Samaritano (Republicanos), em Governador Valadares; Gilson Amorim (Republicanos), em Nova Lima; Alê Silva da Saúde (PRD) e Sebastião Quintão (MDB), em Ipatinga, também investiram os maiores valores em suas campanhas. Respectivamente, cada um desembolsou R$ 250 mil; R$ 228.893; R$ 225.110,27 e R$ 223.270,50. 

O teto de gastos na campanha para prefeito varia de acordo com o tamanho da cidade. Em BH (1.992.984 eleitores), o valor máximo no primeiro turno foi de R$ 39,5 milhões. Já em Serra da Saudade (1.294 eleitores), foi de R$ 159.850,76. (Leticya Bernadete)

Confira quem são os dez candidatos que mais investiram recursos próprios na campanha eleitoral:

Olavo Condé (PSDB) - candidato a prefeito de Paracatu - R$ 416.055,18
Ruy Muniz (PSDB) - candidato a prefeito de Montes Claros - R$ 382.000,00
Chande Bernadão (PSD) - candidato a prefeito de Ibirité - R$ 333.373,90
Leonídio Bouças (PSDB) - candidato a prefeito de Uberlândia - R$ 281.257,81
Dinis Pinheiro (Republicanos) - candidato a prefeito de Ibirité - R$ 260.000,00 (ELEITO)
Renato do Samaritano (Republicanos) - candidato a prefeito de Governador Valadares - R$ 250.000,00
Vania da Feltran (Progressistas) - candidata à vereadora de Borda da Mata - R$ 235.930,00
Gilson Amorim (Republicanos) - candidato a prefeito de Nova Lima - R$ 228.893,00
Alê Silva da Saúde (PRD) - candidata à prefeita de Ipatinga - R$ 225.110,27
Sebastião Quintão (MDB) - candidato a prefeito de Ipatinga - R$ 223.270,50