O presidente Lula (PT) fez um breve discurso no lançamento da nova política industrial brasileira no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (22), em uma reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), presidido pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB). A reunião acontece para discutir e aprovar a nova política industrial brasileira, que traça as diretrizes para o desenvolvimento do setor até 2033. O anúncio representa uma iniciativa robusta para impulsionar a reindustrialização do Brasil, fortalecendo sua posição como potência industrial global.

Em sua fala, o presidente elogiou a "capacidade de produção" intelectual dos membros do CNDI e afirmou que os R$ 300 bilhões que serão aportados no plano do governo federal para a indústria são "um alento de que a gente pode sair do patamar em que a gente se encontra e dar um salto de qualidade". "Para isso, é importante que a gente possa ter uma sequência de exigência de cumprimento das coisas que aqui foram discutidas", acrescentou. >>> "Não temos como reerguer a indústria brasileira sem uma nova relação entre Estado e mercado", diz Mercadante

"É muito importante para o Brasil que a gente volte a ter uma política industrial inovadora, totalmente digitalizada, como o mundo exige hoje, e que a gente possa superar de uma vez por todas esse problema do Brasil nunca ser um país definitivamente grande e desenvolvido. Nós estamos sempre na beira mas nunca chegamos lá. Nós tínhamos chegado à 6ª economia, voltamos para a 12ª, chegamos à 9ª agora - mas não porque nós crescemos, mas porque os outros caíram. E isso não é motivo de orgulho", afirmou ainda o presidente.

Na sequência, Lula citou a necessidade de o Brasil financiar as exportações de sua indústria. "Muitas vezes, para que o Brasil se torne competitivo, o Brasil tem que financiar algumas das coisas que ele quer exportar. A gente não pode agir como a gente sempre agiu, achando que todo mundo é obrigado a gostar do Brasil, que todo mundo vai comprar do Brasil sem que a gente cumpra com as nossas obrigações. O debate a nível de mercado internacional é muito competitivo. É uma guerra. Eu estava em Londres em 2008 na segunda reunião que a gente fez do G20 e a gente tinha discutido que era definitivamente para acabar com o protecionismo como forma de recuperar a indústria. O que aconteceu quando terminou a reunião? O protecionismo aumentou mais do que nunca, porque muita gente fala em livre mercado quando é para vender, mas quando é para comprar ele protege seu mercado como ninguém".

"Essa reunião só merece a gente dizer: finalmente o Brasil juntou um grupo de pessoas que vai fazer com que aconteça  no Brasil uma política industrial, e em uma parceria entre a iniciativa privada e o poder público", finalizou.