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A senhora disse, há poucos dias, que o Brasil vive uma epidemia de suicídios e que a solução talvez estaria em começar a campanha pelas escolas. Como seria essa atividade?
Não é só o suicídio. É também a automutilação. Infelizmente, o número de pessoas querendo desistir da vida, e de crianças e adolescentes se ferindo, se automutilando, tem crescido muito. E a gente vai ter que enfrentar isso com muita coragem. Nós vamos ter que enfrentar isso com muita ousadia, com estratégias, políticas públicas e unindo todo mundo. Esse é um tema que tem que nos unir – município, o Estado, a União, a iniciativa privada e as religiões. Todo mundo tem que vir junto. Nós temos uma geração doente no Brasil e nós vamos ter que cuidar dessa geração.
Sobre a violência contra a mulher, a gente tem visto que no primeiro semestre de 2021 aumentaram os números de feminicídio e também de agressões. Só em São Paulo, o feminicídio cresceu 2,6%. A campanha atual do governo federal e dos Estados não têm dado resultado? O que pode ser melhorado para evitar o aumento desse crime?
A rede de proteção da mulher no Brasil funciona e com gestão também compartilhada. Nós temos o Estado, o município e a União nessa rede. Nós tivemos um agravante nesses dois últimos anos, que é a epidemia. A epidemia (de Covid-19) aumentou a violência doméstica, mas não foi só no Brasil. É um fenômeno no mundo. Nós fomos obrigados a trancar dentro de casa, agressor e vítima, e o que aconteceu? A violência cresceu. Mas a gente também deu respostas muito precisas. Uma delas é que a gente ampliou os canais de recebimento de denúncias de violência doméstica. E nós estamos, não só ampliando os canais, mas também dando respostas e encaminhamentos a todas as denúncias. Lamentamos que o Brasil tenha a terceira melhor lei do mundo de proteção de mulheres, mas somos o quinto país que mais mata mulheres. É uma equação que não fecha, e a gente precisa entender o que está faltando para fechar essa equação. Nós precisamos deixar essa marca da violência contra a mulher no Brasil para trás.
A senhora é uma mulher cristã e ministra dos Direitos Humanos. Como a senhora avalia a política do governo em relação à liberação do uso, do porte e da posse de armas no país?
Como essa liberação é muito recente nós, não temos nenhum indicador para dizer que a violência cresceu depois da liberação do porte de armas. Nenhum indicador aponta nessa direção. Nós precisamos ter mais tempo para entender se isso foi ruim ou se foi bom, inclusive para as pessoas se protegerem mais. Então, vamos aguardar os resultados, mas não existe nenhuma indicação de que a violência aumentou por conta disso.
Sobre os indígenas, o seu ministério também tem trabalhado com várias comunidades por todo o Brasil. Inclusive, a senhora esteve na região Norte justamente falando sobre isso e também sobre o ativismo exagerado de ONGs. O que a senhora quis dizer com esse ativismo?
(Tem a ver) especialmente sobre as ONGs estrangeiras que querem nos ensinar como cuidar do nosso povo e que querem ditar políticas públicas e regras dentro da nossa nação. Nós estamos recuperando o espaço que o Estado deixou, e elas (ONGs) ocuparam o espaço porque o Estado não estava presente em áreas indígenas. E agora este governo vem ocupando o seu papel. O índio não precisa de intermediário para falar com os governantes, o índio tem acesso aos seus governantes. Nós temos que entender que (os índios) são cidadãos brasileiros detentores de direitos e também de responsabilidades. E é dessa forma que a gente vê o índio, como cidadão brasileiro que tem direito a todas as oportunidades.
A senhora já disse uma vez também que é terrivelmente evangélica e o presidente Jair Bolsonaro usou essa mesma frase para indicar André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF). Só que a sabatina dele está em ‘banho-maria’ pelo Senado. Se ele não for aprovado, a senhora tem a indicação de algum outro nome?
Nós somos quase 50% da população brasileira. É óbvio que quase 50% dos juristas são evangélicos. Nós temos um número enorme de pessoas muito capacitadas e preparadas para assumir o Supremo. Mas a questão do André não é porque ele é evangélico. É uma briga política no Senado com relação à indicação do presidente. E a briga com o presidente não é só em relação ao André. Tudo o que este governo faz levanta todo um debate em torno. Mas eu acredito que isso já está resolvido. A sabatina do André vai acontecer logo, e o André vai ser um grande ministro do STF.
Quando eles confrontam a senhora que o Estado deve ser laico e que o governo defende muito o cristianismo, como que a senhora responde para essas pessoas e a esse tipo de crítica?
O Estado é laico, mas o Brasil é cristão. A população que elegeu o presidente Bolsonaro é uma população cristã. Nós não usamos a máquina pública para promover nenhuma religião. O Estado é laico, mas o povo brasileiro não é ateu. A fé é inerente a este povo. Nós não temos vergonha de declarar a nossa fé, mas não tem nenhuma decisão do presidente da República, da ministra, nenhuma política pública que esteja fazendo proselitismo.
Falando em eleições de 2022, o nome da senhora já foi ventilado para ser vice do presidente Bolsonaro ou até mesmo para uma cadeira no Senado. A Damares é pré-candidata?
Já falaram que eu serei governadora em Sergipe, senadora em Tocantins, deputada em São Paulo. Não sou candidata a nada. Não vou para o pleito, não quero, e isso já está muito claro. Não, de jeito nenhum.
O ministério da senhora tem defendido a implementação de cursos de empreendedorismo em todo o Brasil. Tem vagas para Minas Gerais, Betim... Como a senhora tem avaliado isso?
Muitas vagas. Inclusive, estou aqui com a vice-prefeita Cleusa Lara – uma mulher no poder, e vamos falar sobre isso. As mulheres foram as mais alcançadas na pandemia. Existe muito desemprego entre as mulheres, e nós precisamos dar uma resposta. E uma delas é capacitando as mulheres para o empreendedorismo. Nós temos vagas para Betim, e vamos conversar com o prefeito (Vittorio Medioli) hoje (ontem), para ajudar essas mulheres a terem seus próprios negócios.
Porque a cidade de Betim foi escolhida para receber o Seminário de Valorização da Vida?
Porque o prefeito de Betim está aberto ao tema e quer fazer aqui um grande projeto. Nós estamos conversando sobre trazermos os programas do ministério para o município, e a gente entende que essa é uma região que precisava. E eu estou feliz que Betim tenha aceitado o desafio, o prefeito, a vice-prefeita, o vereadores, os secretários, e aqui a gente dá início a uma grande jornada, uma grande caminhada no Estado, trabalhando com esse tema. E o presidente da Frente Parlamentar de Prevenção ao Suicídio e Automutilação é o deputado federal mineiro – Lucas González (Novo). Então, a parceria dessa frente com o nosso ministério criou esse cenário para que a gente tivesse aqui em Betim hoje (ontem) fazendo esse trabalho.
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A senhora disse, há poucos dias, que o Brasil vive uma epidemia de suicídios e que a solução talvez estaria em começar a campanha pelas escolas. Como seria essa atividade?
Não é só o suicídio. É também a automutilação. Infelizmente, o número de pessoas querendo desistir da vida, e de crianças e adolescentes se ferindo, se automutilando, tem crescido muito. E a gente vai ter que enfrentar isso com muita coragem. Nós vamos ter que enfrentar isso com muita ousadia, com estratégias, políticas públicas e unindo todo mundo. Esse é um tema que tem que nos unir – município, o Estado, a União, a iniciativa privada e as religiões. Todo mundo tem que vir junto. Nós temos uma geração doente no Brasil e nós vamos ter que cuidar dessa geração.
Sobre a violência contra a mulher, a gente tem visto que no primeiro semestre de 2021 aumentaram os números de feminicídio e também de agressões. Só em São Paulo, o feminicídio cresceu 2,6%. A campanha atual do governo federal e dos Estados não têm dado resultado? O que pode ser melhorado para evitar o aumento desse crime?
A rede de proteção da mulher no Brasil funciona e com gestão também compartilhada. Nós temos o Estado, o município e a União nessa rede. Nós tivemos um agravante nesses dois últimos anos, que é a epidemia. A epidemia (de Covid-19) aumentou a violência doméstica, mas não foi só no Brasil. É um fenômeno no mundo. Nós fomos obrigados a trancar dentro de casa, agressor e vítima, e o que aconteceu? A violência cresceu. Mas a gente também deu respostas muito precisas. Uma delas é que a gente ampliou os canais de recebimento de denúncias de violência doméstica. E nós estamos, não só ampliando os canais, mas também dando respostas e encaminhamentos a todas as denúncias. Lamentamos que o Brasil tenha a terceira melhor lei do mundo de proteção de mulheres, mas somos o quinto país que mais mata mulheres. É uma equação que não fecha, e a gente precisa entender o que está faltando para fechar essa equação. Nós precisamos deixar essa marca da violência contra a mulher no Brasil para trás.
A senhora é uma mulher cristã e ministra dos Direitos Humanos. Como a senhora avalia a política do governo em relação à liberação do uso, do porte e da posse de armas no país?
Como essa liberação é muito recente nós, não temos nenhum indicador para dizer que a violência cresceu depois da liberação do porte de armas. Nenhum indicador aponta nessa direção. Nós precisamos ter mais tempo para entender se isso foi ruim ou se foi bom, inclusive para as pessoas se protegerem mais. Então, vamos aguardar os resultados, mas não existe nenhuma indicação de que a violência aumentou por conta disso.
Sobre os indígenas, o seu ministério também tem trabalhado com várias comunidades por todo o Brasil. Inclusive, a senhora esteve na região Norte justamente falando sobre isso e também sobre o ativismo exagerado de ONGs. O que a senhora quis dizer com esse ativismo?
(Tem a ver) especialmente sobre as ONGs estrangeiras que querem nos ensinar como cuidar do nosso povo e que querem ditar políticas públicas e regras dentro da nossa nação. Nós estamos recuperando o espaço que o Estado deixou, e elas (ONGs) ocuparam o espaço porque o Estado não estava presente em áreas indígenas. E agora este governo vem ocupando o seu papel. O índio não precisa de intermediário para falar com os governantes, o índio tem acesso aos seus governantes. Nós temos que entender que (os índios) são cidadãos brasileiros detentores de direitos e também de responsabilidades. E é dessa forma que a gente vê o índio, como cidadão brasileiro que tem direito a todas as oportunidades.
A senhora já disse uma vez também que é terrivelmente evangélica e o presidente Jair Bolsonaro usou essa mesma frase para indicar André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF). Só que a sabatina dele está em ‘banho-maria’ pelo Senado. Se ele não for aprovado, a senhora tem a indicação de algum outro nome?
Nós somos quase 50% da população brasileira. É óbvio que quase 50% dos juristas são evangélicos. Nós temos um número enorme de pessoas muito capacitadas e preparadas para assumir o Supremo. Mas a questão do André não é porque ele é evangélico. É uma briga política no Senado com relação à indicação do presidente. E a briga com o presidente não é só em relação ao André. Tudo o que este governo faz levanta todo um debate em torno. Mas eu acredito que isso já está resolvido. A sabatina do André vai acontecer logo, e o André vai ser um grande ministro do STF.
Quando eles confrontam a senhora que o Estado deve ser laico e que o governo defende muito o cristianismo, como que a senhora responde para essas pessoas e a esse tipo de crítica?
O Estado é laico, mas o Brasil é cristão. A população que elegeu o presidente Bolsonaro é uma população cristã. Nós não usamos a máquina pública para promover nenhuma religião. O Estado é laico, mas o povo brasileiro não é ateu. A fé é inerente a este povo. Nós não temos vergonha de declarar a nossa fé, mas não tem nenhuma decisão do presidente da República, da ministra, nenhuma política pública que esteja fazendo proselitismo.
Falando em eleições de 2022, o nome da senhora já foi ventilado para ser vice do presidente Bolsonaro ou até mesmo para uma cadeira no Senado. A Damares é pré-candidata?
Já falaram que eu serei governadora em Sergipe, senadora em Tocantins, deputada em São Paulo. Não sou candidata a nada. Não vou para o pleito, não quero, e isso já está muito claro. Não, de jeito nenhum.
O ministério da senhora tem defendido a implementação de cursos de empreendedorismo em todo o Brasil. Tem vagas para Minas Gerais, Betim... Como a senhora tem avaliado isso?
Muitas vagas. Inclusive, estou aqui com a vice-prefeita Cleusa Lara – uma mulher no poder, e vamos falar sobre isso. As mulheres foram as mais alcançadas na pandemia. Existe muito desemprego entre as mulheres, e nós precisamos dar uma resposta. E uma delas é capacitando as mulheres para o empreendedorismo. Nós temos vagas para Betim, e vamos conversar com o prefeito (Vittorio Medioli) hoje (ontem), para ajudar essas mulheres a terem seus próprios negócios.
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Porque o prefeito de Betim está aberto ao tema e quer fazer aqui um grande projeto. Nós estamos conversando sobre trazermos os programas do ministério para o município, e a gente entende que essa é uma região que precisava. E eu estou feliz que Betim tenha aceitado o desafio, o prefeito, a vice-prefeita, o vereadores, os secretários, e aqui a gente dá início a uma grande jornada, uma grande caminhada no Estado, trabalhando com esse tema. E o presidente da Frente Parlamentar de Prevenção ao Suicídio e Automutilação é o deputado federal mineiro – Lucas González (Novo). Então, a parceria dessa frente com o nosso ministério criou esse cenário para que a gente tivesse aqui em Betim hoje (ontem) fazendo esse trabalho.