O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que adora ser chamado de preposto das Forças Armadas no governo, destacando que isso é motivo de satisfação para ele e para os militares. "Eu acho o máximo, eu gostaria que dissessem mais. Porque todas as vezes que dizem isso as Forças ficam satisfeitas. Veem em mim uma pessoa que trabalha por eles", afirmou.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Múcio revelou que, nos momentos críticos do primeiro ano de governo, buscou conquistar a confiança dos comandantes militares, enfrentando críticas tanto da esquerda quanto da direita. Ele ressaltou seu papel de negociação com o Executivo e defesa das instituições durante períodos conturbados, como os eventos pós 8 de janeiro.

De acordo com Múcio, sua atuação visa manter a estabilidade, evitando confrontos internos nas Forças Armadas. Ele explicou detalhes da demissão do comandante do Exército, Júlio César Arruda, e como o episódio relaciona-se ao clima político polarizado, com a esquerda insatisfeita por acreditar em uma tentativa de golpe militar e a direita frustrada por não ter havido tal movimento.

Ao abordar o 8 de janeiro, Múcio lamentou a falta de presença da Polícia Militar nas ruas, destacando que isso poderia ter evitado os ataques às sedes dos Três Poderes. Ele mencionou a ausência de um comando único entre os manifestantes e afirmou que o episódio contribuiu para aumentar a desconfiança entre civis e militares. Sobre possíveis punições a militares da ativa envolvidos, Múcio ressaltou que aguarda os resultados das investigações lideradas pelo ministro Alexandre de Moraes.