O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) realizou nesta terça-feira (17/10) um protesto em frente ao prédio da empresa de investimentos Legend Capital, em São Paulo, reivindicando a taxação de investimentos offshores (fora do país).

Sediado na avenida Faria Lima, o grupo tem em seu quadro de sócios o ex-ministro da Fazenda Paulo Guedes. Em 2021, veio à tona que o então chefe da pasta mantinha uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas. 

O protesto ocorre num momento em que a Câmara dos Deputados pode votar o projeto de lei que pretende taxar empresas de brasileiros mantidas no exterior. A proposta é considerada prioritária pelo governo Lula.

"Esse debate não pode ficar fechado no Congresso, o povo quer e tem o direito de participar. Hoje, nosso objetivo foi dizer: 'Nós, os mais pobres, sabemos que na ponta do lápis pagamos mais imposto que os bilionários brasileiros, e exigimos que isso mude'", afirma a coordenadora nacional do movimento, Debora Lima.

O MTST diz que a manifestação foi rápida e se desenrolou de forma pacífica. Cartazes erguidos por integrantes do movimento social exibiam as palavras de ordem "para quem ganha bilhão, queremos taxação".

A tributação de recursos mantidos por brasileiros em paraísos fiscais busca colocar em pé de igualdade os contribuintes que detêm investimentos no Brasil e recolhem tributos sobre seus rendimentos e aqueles que usam empresas ou fundos offshores para fugir indefinidamente do pagamento de impostos.

A medida prevê que os lucros obtidos com recursos mantidos em paraísos fiscais serão tributados em até 22,5% sobre os ganhos, uma vez por ano, independentemente de o indivíduo resgatar ou não esses investimentos e trazê-los ao Brasil. O percentual equivale à alíquota máxima já cobrada sobre ganhos com aplicações financeiras de curto prazo dentro do país.