O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) enviou na terça-feira (11) uma petição ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para extinguir a reclamação feita pela defesa de Aécio Neves, que resultou na suspensão do depoimento do deputado federal em inquérito que apura irregularidades na construção da Cidade Administrativa. O depoimento estava marcado para esta quarta-feira.

Moraes atendeu a um pedido de Aécio, que alegou ainda não ter ciência do conteúdo de delações que teriam sido incluídas nos processos ligados ao inquérito. Para o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Antônio Sérgio Tonet, a defesa do deputado buscou apenas atrasar o encerramento do inquérito, pois os documentos reclamados não fazem parte da investigação.


De acordo com o MPMG, a defesa pede acesso a depoimentos de diretores de duas construtoras, mas eles estão relacionados a uma investigação da Lava Jato e não integram o anexo que trata especificamente da Cidade Administrativa.

O advogado do deputado federal, Alberto Zacharias Toron, afirmou que Aécio Neves é o maior interessado “em esclarecer definitivamente as errôneas conclusões alcançadas no inquérito, que foi concluído sem que ele tivesse sido ouvido. Tanto é assim que partiu do próprio deputado o pedido para prestar depoimento”.

“Está comprovado documentalmente que elementos apresentados por delatores e expressamente utilizados pela Polícia Federal nunca foram entregues à defesa. A decisão do Ministro Alexandre de Moraes de suspender o depoimento do Deputado apenas garante o elementar: o direito de todo e qualquer investigado conhecer as alegadas provas que são usadas contra si”, afirmou o advogado, por meio de nota.

Toron disse ainda que o deputado aguarda apenas o cumprimento da decisão do STF para prestar todos os esclarecimentos.